AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO
A Corregedoria da Polícia Militar prendeu entre anteontem e ontem mais 17 policiais militares suspeitos de envolvimento na série de homicídios ocorridos na Baixada Santista no mês de abril.
Desde a última quarta-feira, 22 PMs já foram presos. Todos os suspeitos foram trazidos de quartéis do litoral para a corregedoria, na capital paulista, onde terão de cumprir prisão disciplinar de até cinco dias.
Caso a corregedoria encontre evidências da participação desses policiais nos 23 assassinatos ocorridos entre 17 e 26 de abril deste ano, será pedido à Justiça a prisão temporária deles. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados pela corporação.
No início tarde de ontem, era intensa a movimentação de mulheres, advogados, amigos e familiares dos policiais na sede da corregedoria, na Luz (centro).
A detenção dos suspeitos foi confirmada pelo Ministério Público, que está acompanhando as investigações.
Procurado, o Comando Geral da PM informou que não iria se posicionar sobre o assunto para "evitar problemas no curso das investigações", que são feitas em conjunto com a Polícia Civil.
As prisões disciplinares dos 22 PMs só aconteceram depois que a Polícia Civil deteve três pessoas por porte ilegal de armas na última quarta-feira. Uma delas forneceu nomes de policiais que poderiam ter relação com as 23 mortes na Baixada.
A Folha apurou que a Polícia Civil tem pelo menos dois focos de investigação. Um vai na linha de vingança de policiais pela morte do soldado da PM Paulo Rafael Pires, 27, morto a tiros em abril na periferia do Guarujá. As outras 22 mortes ocorreram na sequência da dele, todas a tiros.
A outra suspeita é a de que exista uma disputa de traficantes por pontos de venda de drogas na Baixada. Alguns dos detidos poderiam ter relação com essa briga.
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