domingo, 23 de maio de 2010

PM substitui mais nove comandantes

Houve mudanças no policiamento metropolitano, na Polícia Rodoviária, nos Bombeiros e no Barro Branco

Trocas em chefias ocorrem após série de crimes dos quais policiais militares são os principais suspeitos


DE SÃO PAULO

Um dia após anunciar a troca do titular da Corregedoria, mudança que ocorreu após uma série de crimes supostamente cometidos por PMs, o Comando Geral da Polícia Militar promoveu ontem o remanejamento de mais nove coronéis de postos de chefia da corporação.
Houve mudanças no Comando de Policiamento Metropolitano, em outros cinco cargos de comando de área da Grande São Paulo, na Polícia Rodoviária, no Corpo de Bombeiros do Interior e na Academia do Barro Branco.
A reformulação em cargos de comando acontece em meio a uma crise na PM-há policiais militares sendo investigados por suposta participação em grupos de extermínio na Baixada Santista e ainda ao menos 11 pessoas na zona leste de São Paulo.
A imagem da Polícia Militar vem sofrendo desgastes com morte dos motoboys Alexandre Santos, 25, estrangulado por quatro PMs, e Eduardo Luís dos Santos, 30, que antes foi torturado dentro de um quartel.
O ex-corregedor David Rosolen deu lugar ao também coronel Admir Gervásio Moreira, que já teve passagens pela corregedoria e é conhecido como" linha-dura".
Moreira, segundo o Comando da PM, terá a missão de "dar novo direcionamento à corregedoria". Ele é o único negro entre os coronéis da PM.Esse fato não foi determinante, segundo o governo, mas ajudará a desconstruir a acusação do Ministério Público de que PMs mataram um motoboy por racismo.
Para o governo, a região que inspira mais preocupação é a zona norte de São Paulo. Por isso, foi enviado para lá o recém promovido coronel Antônio Marin, que já foi do Batalhão de Choque.
O governo diz não ver os casos recentes como determinantes para a queda da cúpula da Corregedoria. Segundo a cúpula de Segurança Pública, o trabalho do comandante- geral da PM, coronel Álvaro Camilo, está satisfatório e foi dele a decisão de fazer as trocas.
Porém, havia um descontentamento com o fato de ainda não ter sido concluído o IPM (Inquérito Policial Militar) sobre a morte do coronel José Ermínio Rodrigues. Ele foi morto em16 de janeiro de 2008, segundo a polícia, porque combatia PMs corruptos e violentos na zona norte.
Durante evento ontem de manhã no Barro Branco, com a participação de 500 oficiais, o novo corregedor fez um discurso ponderado e evitou críticas ao antecessor.
"A diretriz da Corregedoria sempre existiu e sempre foi muito forte. Com muito mais empenho, trabalho duro, dando respostas rápidas ao comando, à sociedade, ao governo, ao secretário, para que todos tenham clareza do que está sendo feito na corregedoria.
Isso pode ter certeza de quenós faremos",disse.
(JOSÉ ERNESTO CREDENDIO e ROGÉRIO PAGNAN)

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