quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

‘Grampo’ da PM é desativado | Adpesp

‘Grampo’ da PM é desativado | Adpesp

13/12/2012 - ‘Grampo’ da PM é desativado

A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP/SP) publicou, ontem, no Diário Oficial, a exoneração do coronel da reserva da Polícia Militar, Homero de Almeida Sobrinho, que desde o dia 10 de junho do ano passado ocupava o cargo de assessor especial do secretário Antônio Ferreira Pinto, demitido do cargo no final de novembro. As informações são do jornal Oeste Notícias.
 
Ferreira Pinto caiu em virtude da escalada da violência no Estado, sobretudo na capital paulista, neste ano, com a morte de mais de cem policiais militares, agentes penitenciários, além de centenas de civis.
 
O Oeste Notícias publicou, no dia três de novembro, que Homero de Almeida Sobrinho estava trabalhando anonimamente em uma sala disponibilizada pela Secretaria de Segurança dentro do CPI (Comando de Policiamento do Interior), de Prudente. À época, nem o oficial nem a secretaria disseram que tipo de trabalho, exatamente, ele desempenhava.
 
Segundo Sobrinho, seu trabalho estava relacionado a projetos que Antônio Ferreira Pinto vinha desenvolvendo para combater a violência no Estado. Em uma entrevista com mais de 30 minutos, ele se esquivou de responder que projetos eram esses, sempre alegando sigilo.
 
Rebateu informações obtidas pelo jornal de que estaria incumbido de monitorar os passes do PCC (Primeiro Comando da Capital) a partir de Presidente Prudente e, assim como o secretário deposto, disse que a facção não merecia crédito porque estava acabada. Do dia da entrevista até ontem, 38 policiais militares morreram em São Paulo. Homero de Almeida Sobrinho comandou a PM de Prudente e região durante cinco anos, entre março de 2006 e março de 2011. Após a publicação da reportagem, outras apurações envolvendo policiais militares, muitos com posto de comando na hierarquia do 18º batalhão, contradisseram a afirmação do coronel de que sua contratação, após se aposentar, nada tinha a ver com monitoramento da facção criminosa.
 
O Oeste Notícias apurou com diversas fontes que a PM, a mando de Antônio Ferreira Pinto, montou uma central de escutas telefônicas dentro do CPI, que nem mesmo o comando da região tinha acesso.
 
A central teria capacidade para operar com o monitoramento de entre 400 e 500 linhas telefônicas, sendo que muitas das ações realizadas em São Paulo, operadas pela Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), só teriam sido possíveis graças às escutas e coordenadas enviadas pela equipe do coronel Sobrinho, em Prudente, que teria até 40 policiais militares envolvidos.
 
Na conversa em sua sala, Almeida Sobrinho rasgou elogios à atuação de Antônio Ferreira Pinto à frente da pasta da segurança. Como a manutenção de seu cargo era prerrogativa do secretário, quando Fernando Grella Vieira assumiu, no dia 22 de novembro, a determinação era de que, oficialmente, a central de escutas telefônicas instalada dentro do CPI de Prudente fosse desmontada.
 
Outro lado
 
A reportagem ligou para a casa do coronel Homero de Almeida Sobrinho, mas ninguém atendeu. Também enviou email para a assessoria de imprensa da Polícia Militar, com questionamentos sobre o desligamento do coronel, pedido de informações sobre a central de escuta, se era legal, se suas gravações tinham aval da Justiça e o que será feito com o material obtido durante o tempo em que ela funcionou. Até as 19h30 de ontem nenhuma resposta havia sido dada.

Um comentário:

José Erivaldo Ferreira Silva disse...

A pergunta que não quer calar: se a PM não faz mais ‘Grampo’ se a ‘ P Civil ‘ não faz, que fará?