sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Rota deu 61 tiros em ação contra PCC - saopaulo - saopaulo - Estadão

William Cardoso - O Estado de S.Paulo
Os policiais das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) dispararam 61 tiros contra suspeitos durante a operação realizada na terça-feira, 11, em uma chácara em Várzea Paulista, onde era realizado um "tribunal do crime" com integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). A informação consta do boletim de ocorrência registrado na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) ao qual o Estado teve acesso.
O documento aponta que 17 dos 40 policiais envolvidos na ação dispararam pelo menos uma vez. Eles usaram 12 pistolas .40 e cinco submetralhadoras. Com uma delas, o filho do ex-comandante da Rota Paulo Telhada, tenente Rafael Telhada, fez quatro disparos. Ele liderava a equipe que abordou Maciel Santana da Silva, de 21 anos, o homem "absolvido" pelos criminosos da acusação de estupro de uma garota de 12 anos.
Segundo o BO, Silva estava dentro do Pointer, portava uma pistola 9 mm, com sete cartuchos íntegros. Ele "também ofereceu resistência e acabou sendo alvejado e morto". O pai de Silva, um serralheiro de 56 anos, afirmou que o filho tinha problemas mentais e não era bandido.
O BO aponta que nas armas usadas por dois suspeitos e recolhidas por PMs havia cartuchos deflagrados. Michael Ferreira Dias, de 21 anos, estava com um revólver 38 e Iago Felipe Andrade Lopes, de 20 anos, estava com um revólver 357. Eles estão entre os nove mortos, e nenhum PM ficou ferido.
Lopes, conhecido como Príncipe, era líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) na região de Jundiaí. Ele havia sido preso uma única vez, por roubo, e estava foragido. Era envolvido, porém, desde a adolescência com o tráfico de drogas. Ele era o "sintonia" do PCC e, nessa função, era responsável por repassar ordens e fazer julgamentos do "tribunal".
Lopes estava sediado na base de um conjunto habitacional de 83 blocos no bairro Cecap, em Jundiaí. Ele assumiu o comando da área depois de um comparsa ser preso no primeiro semestre em um roubo, do qual Lopes participou. Seu enterro e dos demais mortos pertencentes à facção foram pagos pelo PCC.

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