terça-feira, 29 de maio de 2012

Corregedoria e Polícia Civil investigam execução pela Rota


Armas e drogas apreendidas
Três agentes do 1º Batalhão de Policiamento de Choque (BPChoque) da Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) foram presos em flagrante, nesta terça-feira, pelos policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e pela Corregedoria da Polícia Militar. Eles permanecem detidos no Presídio Militar Romão Gomes sob acusação de terem executado um dos seis homens mortos em tiroteio na última segunda-feira à noite, no interior de um estacionamento, na região da Penha, na zona leste da capital.
De acordo com o coronel Rui, da corregedoria da polícia, uma testemunha telefonou para o Centro de Operações da PM (Copom) e disse ter visto policiais executando um civil. Viatura da polícia foi ao local e prendeu os agentes em flagrante. A vítima morreu após ser socorrida. Segundo a corregedoria, a testemunha está sob proteção e o local da execução é mantido em sigilo pela polícia, que nega as suspeitas de que a morte tenha ocorrido no parque Ecológico do Tietê. Segundo Salvador Madia, comandante da Rota, a operação que prendeu três suspeitos, matou seis e apreendeu armas e drogas “foi legítima, mas houve um desvio de conduta. Desvios de conduta não são aceitos”.
Jorge Carlos Carrasco, diretor do DHPP, afirmou que os locais da ocorrência não foram violados e foi possível colher dados para perícia. Para ele, “existem vários indícios” de execução. Foram apreendidos na operação três revólveres, três pistolas, uma submetralhadora e um fuzil de uso exclusivo das Forças Armadas. A polícia também recolheu quatro coletes à prova de bala, oito papelotes de cocaína e seis de maconha.
O caso
Seis suspeitos foram mortos, três acabaram presos e outros cinco conseguiram fugir, por volta das 21h de ontem, durante a ação da Rota. Mais cedo, em entrevista, o major Marcelo Gonzales, informou que 26 policiais foram até a rua Osvaldo Sobreira, ao lado de um bar e próximo à favela Tiquatira, após uma denúncia anônima.
Na denúncia foi informado que um grupo, supostamente ligado à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), estaria reunido com o objetivo de traçar um plano de resgate de um preso por tráfico de drogas que seria transferido do Centro de Detenção Provisória (CDP) do Belém, zona leste da cidade, para a Penitenciária II de Presidente Venceslau, no extremo oeste paulista. Segundo o comandante da Rota, um dos suspeitos presos confirmou, em depoimento, o propósito de resgatar o detento.
De acordo com os policiais, ao chegarem ao local foram recebidos com tiros. Três morreram no pronto-socorro da Vila Maria, dois no pronto-socorro do Tatuapé e um no pronto-socorro de Ermelino Matarazzo. Apenas três vítimas foram identificadas. José Carlos Júnior, 35, procurado por furto, roubo e homicídio; Antônio Marcos Cláudio dos Santos, 37, com antecedente por porte de armas e Cláudio Mendes Silva, sem passagem pela polícia.
Os detidos, Ricardo Santos Souza, 34, Lucy Pereira, 40 e Fabiana Rufino entregaram-se sem resistência. Dois deles têm antecedentes criminais. Outros cinco suspeitos fugiram em um veículo branco, de placas e modelo não informados. Nenhum policial se feriu.
(Alexandre Dall’Ara, iG São Paulo)

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