SÃO PAULO - Roubos de veículos, latrocínios (roubo seguido de morte) e roubos em geral, tipos de crimes que mais amedrontam os moradores de São Paulo por envolver ameaça com arma de fogo, permaneceram em alta no Estado em janeiro deste ano. Segundo a Secretaria de Segurança, oito pessoas morreram depois de assalto no mês passado na capital - 1 a cada 4 dias -, o dobro do registrado em janeiro do ano anterior. No Estado, o crescimento foi de apenas um caso, chegando a 21 ocorrências.
Os casos de roubo de carro são o tipo de crime que mais crescem no Estado, com 10,2%. Na capital, o crescimento foi ainda maior, de 18,2%. Autoridades afirmam que o aumento no roubo de carro reflete na aceleração dos casos de latrocínios.
"Normalmente, a pessoa é pega de surpresa e há risco de reação. Para piorar, a cabeça e o tronco estão muito próximos do ladrão, o que faz com que os disparos sejam mais letais", explica o delegado-geral da Polícia Civil, Marcos Carneiro Lima. "As delegacias territoriais vão se concentrar em assaltos a carros, residências e comércios para tentarmos diminuir os latrocínios."
O coronel Álvaro Batista Camilo, comandante-geral da Polícia Militar em São Paulo, concorda que o roubo de carros preocupa. Ele afirma que a tecnologia de segurança nos carros tem levado os ladrões a preferir o roubo (quando a vítima está presente) ao furto. Tanto que o furto de veículos diminuiu em janeiro (-1,43%), se comparado com o mesmo período do ano passado.
Para o comandante, os ladrões também estão mais violentos. Ele aponta que um dos motivos é o crescimento de armas de fogo em circulação, que passou a ocorrer depois que foi estabelecido pagamento de fiança para quem é pego com armas frias.
Os resultados das taxas criminais mostram um crescimento do total de armas apreendidas pela PM. Em janeiro, foram apreendidas 1.514 armas, 1,9% mais do que no mesmo período do ano passado. "Além do crescimento de latrocínios, mais policiais estão sendo feridos em tiroteio, o que mostra que os ladrões estão mais violentos."
Queda. Apesar do aumento nos roubos, além do furto de veículos outros seis tipos de crimes registraram queda. Os homicídios dolosos, mais uma vez, são o destaque. Caíram no Estado (-2,2%) e na capital (-7%). Houve redução também nos casos de furto (-0,66%), roubo de carga (-4,61%), a banco (-26%), além de lesões culposas (- 2,2) e homicídios culposos (-2,05%).
No mês que ficou marcado pelo início da Operação Centro Legal, na região da cracolândia, os flagrantes de tráfico de drogas aumentaram 25,8%, com 703 ocorrências a mais. As prisões também cresceram 8,97% em janeiro, com 913 casos a mais. Nos últimos 12 meses, o número de prisões efetuadas aumentou 12,83%, com 15.194 casos a mais. A população carcerária do Estado chegou a 184.158 presos.
Para o coronel Álvaro Camilo, esse crescimento do total de prisões e a melhoria da atuação da PM é maior quanto mais a população disca 190. "Conforme se denuncia, fica registrado em um mapa que nos ajuda a orientar o patrulhamento", diz. / COLABOROU DANIEL TRIELLI
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