quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Esquema de desvio de remédios em SP era comandado da prisão


O líder da quadrilha presa nesta quinta-feira suspeita de desviar remédios de hospitais públicos comandava o esquema do CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros, de acordo com o Ministério Público.
A operação conjunta da Promotoria com a Polícia Civil de São Paulo prendeu 11 suspeitosde integrar a quadrilha, que desviava remédios caros para tratamento contra o câncer. O líder do grupo, Stefano Mantovani Fernandes, já havia sido condenado por receptação de remédios da rede pública, estava preso desde 2009, mas teve outro mandado de prisão decretado por novas suspeitas.
Ele é suspeito de fazer ligações de dentro da cadeia para coordenar o esquema: pelo celular, falava com a mulher Debora Aretusa Fulep da Luz e com o cunhado Rodrigo Eduardo de Paula, ambos presos durante a operação. Segundo a polícia, Fernandes será transferido para o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), que restringe as ações do detento.
De acordo com a Promotoria, a quadrilha furtava medicamentos de alto custo da rede estadual de saúde, com a ajuda de funcionários públicos, e os revendia para farmácias e distribuidoras. O desvio era feito da seguinte forma: um paciente recebia alta ou morria, e o remédio que ele tomaria não voltava para o estoque do hospital e era desviado.
Segundo a investigação, os medicamentos eram revendidos por R$ 7.000 a R$ 7.500 para distribuidoras e farmácias. O prejuízo aos cofres públicos foi de pelo menos R$ 10 milhões.
Rogério Penedo Ferreira da Silva, proprietário de distribuidoras na Baixada Santista, é apontado com um dos receptadores dos produtos, assim como Casimiro Bilevicius Junior, dono de distribuidora, Luiz Leite do Nascimento, dono de farmácia, e Edson André dos Santos, proprietário de distribuidora e farmácia em São Paulo.
Marcos Roberto da Silva Siqueira foi preso no Rio, onde tem uma distribuidora de medicamentos.
Além das prisões, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão nos hospitais Brigadeiro, Instituto Brasileiro de Combate ao Câncer e Samaritano. Na casa e empresas dos acusados, foram apreendidos vários tipos de medicamentos de origem controlada destinados a tratamento contra o câncer. Segundo a Promotoria, os remédios não eram armazenados corretamente pois tinham que ser refrigerados.
Eliane Assunção de Siqueira, servidora do Brigadeiro, é suspeita de ser uma das fornecedoras de medicamentos com a ajuda de seu marido, Ronaldo Ramos de Siqueira. Em vídeo divulgado pela TV Globo, ela aparece tentando esconder caixas de remédios no hospital.

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