2009. De dentro do presídio de Mirandópolis, o detento Claudio Roberto Ferreira - que é claro, tinha celular - começou a planejar um grande assalto. O alvo era os cofres do Banco Itaú da Avenida Paulista, onde artistas, empresários e políticos guardam suas jóias, ouro e dinheiro estrangeiro. Milhões de reais ficam alí.
Claudio, que também usa o nome falso de Claudio Roberto Zaneti, e que é conhecido no mundo do crime como "Galo", estava preso porque foi reconhecido em um assalto em Guarulhos, que terminou em perseguição e tiroteio. O 'Galo" participou do assalto ao lado de "Balengo", chefe da quadrilha, que foi morto pela polícia militar nesta perseguição. Ambos pertencem a facção criminosa PCC - Primeiro Comando da Capital.
Existe uma escuta feita pela polícia no celular de Galo, onde ele diz a um integrante de seu bando: "vai ser o roubo do século e todo mundo vai ficar milionário".
Claudio, o Galo, como contamos, estava preso em Mirandópolis. Ocorre que, por uma morosidade da Justiça, que ficou discutindo se a competência do julgamento do processo dele era em Guarulhos (onde aconteceu o assalto no início de 2009) ou em São Paulo (onde ele foi preso).
Resumo da comédia: houve o que se chama tecnicamente de "conflito de interesses", o prazo foi perdido e "Galo" colocado na rua, onde pôde, realizar no último dia 28 de Agosto, seu audacioso plano: assaltar os cofres do Banco Itaú. Um assalto, de fato, milionário, como profetizou o bandido. Agora no lugar de Balengo, o chefe morto, ele comandou os homens que entraram no Banco e ficaram lá dentro durante 10 horas, abrindo 171 cofres cheios de dinheiro e jóias.
O tal "Galo" tem mesmo muita sorte. Ele e Balengo tinham sido presos em 2006, em Porto Alegre, na Operação Toupeira, quando cavavam um tunel embaixo de um banco na cidade do Rio Grande do Sul. Presos em flagrantes foram, em pouco tempo, para um presídio semi-aberto de Porto Alegre, de onde fugiram sem dificuldades nenhuma.
As investigações: um já foi preso
Na quinta-feira, (15/09), a polícia prendeu o irmão de um dos assaltantes do Itaú. Porque o irmão? Porque a polícia recebeu informações que ele havia comprado um carro de luxo e que a esposa dele tinha ganha do marido pedreiro, várias jóias como colar de ouro, anel com uma pedra enorme, esmeraldas e notas de dólares e euros.
Preso ele confessou que ganhou tudo de presente do irmão, que lhe deu uma pequena parte do que roubou no Banco Itaú. O pedreiro vai responder por formação de bando ou quadrilha e por receptação de produtos roubados.
A polícia agora está em busca do irmão dele, que de fato participou do assalto e está com a maior parte do roubo. Nelson Guimarães, diretor do DEIC, que investiga o caso, garantiu que há imagens gravadas pelo circuito de camêras do Itaú, do irmão do pedreiro em ação.
Disse também Nelson Guimarães que até agora foram identificados cinco dos cerca de 16 bandidos que participaram do assalto e que é só uma questão de tempo para que todo mundo seja preso. Um segurança do Itaú e um empregado da empresa de alarme do banco (que foram desligados antes dos assaltantes chegarem), estão na lista de suspeitos de terem colaborado com a quadrilha de "Galo".
Com informações da repórter policial Fátima Souza
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