Da Globonews
A coordenadora do núcleo de estudos de violência da USP afirmou que a população frequentemente confunde violência com eficiência.
Dez policiais militares, suspeitos de não socorrer a tempo dois assaltantes baleados, na Zona Leste de São Paulo, tiveram a prisão administrativa decretada. Um dos bandidos morreu. Um vídeo serviu como base para o pedido. Nas imagens, os policiais aparecem xingando e agredindo os homens que tinham invadido uma metalúrgica.
Para falar sobre abuso policial, o Jornal Globo News – Edição das 10h recebeu Nancy Cardia, coordenadora do núcleo de estudos de violência da USP. Segundo Nancy Cardia, a questão da impunidade tem um lado perverso no Brasil. A população apoia atos violentos, entendendo que é uma solução rápida e definitiva para o problema, mas quando ela apoia essa violência, ela está minando a possibilidade de ela acreditar nesta mesma polícia.
Para Nancy, não há policia no mundo que consiga resolver crimes sem o auxilio da população. Mas, para a população passar informações que auxiliem a polícia, ela precisa confiar que a polícia fará bom uso e que a própria população não será colocada em risco, pelo fato de estar passando a informação.
Nancy afirmou que a adoção de práticas violentas pela policia é a certeza de que teremos mais violência no dia seguinte. A população confunde violência com eficiência, quando na verdade, a violência é a negação da eficiência.
De acordo com a coordenadora do núcleo de estudos de violência, os estados brasileiros, de um modo geral, têm aumentado consideravelmente o investimento em segurança publica. Nancy ressaltou que um grande indicador dos problemas da polícia é a resistência que ela tem às reformas, mas que apesar de tudo, a imagem das polícias para a população tem melhorado.
Opiniao do Blog
Por Erivaldo
Quando diante de noticia como essa há leitores muitos radicais que acham que ladroes em confronto com a Polícia Militar devem morre. É comum os leitores radicalizarem quando o assunto envolve ações policiais, muitos leitores reagem com fígado. Muitos leitores erroneamente avaliam a policia de uma forma maniqueísta, onde o policial é o bem e, portanto o bandido é o mal, ou seja, dois princípios opostos.
Ora, uso legítimo da força não se confunde, contudo, com truculência, e isso já nos ensinou Ricardo Balesteri no curso de DH para policias do Ministério da Justiça. Durante muitos anos, a comunidade de Direitos Humanos têm denunciado os desvios. Há policiais ainda hoje que não entenderam a necessidade intrínseca de mudança de seus conceitos. Sabe-se que no estado de São Paulo há muitos policiais que fazem uso da truculência para intimidar bandidos, mas felizmente não são a maioria com opiniões e ações pouco democráticas na defesa da sociedade. O policial é antes de tudo um cidadão, e na cidadania deve nutrir sua razão de ser.
Nenhum comentário:
Postar um comentário