Do blog Escrevinhador
já passava das 2 da manhã desse domingo. Na porta da gráfica Pana, no Cambuci, um grupo de 50 a 60 pessoas seguia de plantão – para evitar a distribuição dos panfletos ( supostamente encomendados pelo bispo católico de Guarulhos) recheados de mistificação religiosa e de ataques contra a candidata Dilma Rousseff. Mais um capítulo da guerra suja travada nessa que já é a mais imunda eleição presidencial, desde a redemocratização do Brasil.
Na internet, durante a madrugada, outro plantão rolava: tuiteiros, blogueiros e leitores de todo o Brasil buscavam informações sobre os donos da gráfica, e sobre as possíveis conexões deles com o mundo político.
Stanley Burburinho (ele mesmo!) e Carlos Teixeira fizeram o trabalho. Troquei com eles algumas dezenas de mensagens. E essa apuração colaborativa levou à descoberta: uma das sócias da gráfica Pana é filiada ao PSDB, desde 1991!
Trata-se de Arlety Satiko Kobayashi, vinculada ao diretório da Bela Vista - região central de São Paulo. Nenhum problema com a filiação de Arlety ao partido que bem entender. O problema é que a gráfica dela foi usada para imprimir panfletos aparentemente encomendados por um bispo, mas que “coincidentemente”, favorecem ao candidato do partido dela.
Aqui, o contrato social da empresa – onde Arlety Kobayashi aparece como uma das sócias: contrato_social_grafica_pana[1]
E aqui a lista de filados do PSDB, onde ela aparece no diretório zonal da Bela Vista.
Mais um detalhe: Arlety é também funcionária pública, tem cargo na Assembléia Legislativa de São Paulo. E tem um sobrenome com história entre os tucanos: Kobayashi. Paulo Kobayashi ajudou a fundar o partido, ao lado de Covas, foi vereador e deputado por São Paulo.
Arlety aparece como doadora da campanha de Victor Kobayashi ao cargo de vereador, em 2008. Victor concorreu pelo PSDB.
A conexão está clara. Os tucanos precisam explicar:
- por que o panfleto com calúnias contra Dilma foi impresso na gráfica de uma militante do PSDB?
- quem pagou: o bispo de Guarulhos, algum partido, ou a Igreja?
- onde seriam distribuídos os panfletos?
- onde estão os outros milhares de panfletos?
Os panfletos do Cambuci são mais uma prova da conexão nefasta que, nesa eleição, aproximou os tucanos da direita religiosa – jogando no lixo a história de Covas, Montoro e tantos outros que lutaram para criar um partido “moderno”, que renovasse os costumes políticos do país. Serra lançou esse passado no esgoto – e promoveu uma campanha movida a furor religioso.
Mas não é só isso!
Se Arlety Kobayashi (uma tucana) é a responsável pela impressão dos panfletos, na outra ponta quem é o sujeito que encomendou tudo?
O Blog “NaMaria” traz a investigação completa, que aponta Kelmon Luis da S. Souza como o autor da “encomenda”. Ele teria ligações com movimentos integralistas e monarquistas!
O Blog do Nassif , por sua vez, mostra que as conexões poderiam chegar até bem perto de Índio da Costa (DEM), o vice de Serra. Ele, em algum momento, também teve proximidade com monarquistas. Mas esse detalhe ainda não está bem esclarecido.
De toda forma, o círculo se fecha: tucanos, demos e a extrema-direita (católica, integralista ou monarquista). Todos unificados numa barafunda eleitoral que arrastou nomes de bispos para a delegacia, e nomes de políticos para o rol daqueles que apostam na guerra de religiões como arma eleitoral.
Há mais mistérios entre o céu e o Serra do que supõe nossa vã filosofia. Paulo Preto é um deles. A gráfica do Cambuci parece ser outro. Mistérios que não serão decifrados por teólogos, mas por delegados e agentes federais.
É caso de polícia. E não de religião.
Minha opinião: José Erivaldo
Por José Erivaldo
Por que a exploração religiosa?
Por que estão jogando pedras só na Dilma?
Fiquei sabendo que uma Gráfica aqui da capital paulista recebeu encomenda por bispo de Guarulho para imprimir 2,1 mi de panfletos anti-Dilma. Já era quase esperado que houvesse uma radicalização do discurso midiático contra o PT e Dilma, mas o que não se sabia até agora é que esse movimento partisse de dentro da igreja Católica reduto que já foi também do pt.
O que me dexa triste é que no passado o Pt, já foi responsável por organizar movimentos sociais dentro da igreja, defender ex- presidiários (pastoral carcerária), defender moradores de rua, criança e adolescentes, enfim, defender sempre os excluídos, marginalizados junto com a igreja. No entanto, hoje , estou assistindo atônito o apoio ostensivo de bispos paulistas ao candidato à Presidente da República, José Serra. E o que mais choca é que uns dos fundador do PT e ex-vice de Marta, Hélio Bicudo declara voto em Serra no 2º turno.
É de conhecimento de todos que Helio Bicudo pertence a igreja e que é uma pessoa contraria a legalização do aborto, mas o que eu não sabia ele tinha posiçoes extremadas da direita catolica tão professada por Plínio Salgado, um dos fundadores da TFP ( Sociedade Brasileira de Defesa de Tradição, Família e Propriedade), uma das mais conservadores agremiações do país.
O que eu não sabia é que Helio Biculdo éra contrario ao Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3). O que me admira é que um homem que sempre defendeu movimentos de Direitos Humanos, tenha posiçoe antidemocrática e primitiva de seleção dos candidatos explorano a questão religiosa que é de certa forma de foro intimo de cada individuo.
Não posso crer que Helio Biculdo concordar com esse tipo de baixaria, da cúpula tucana em incita planfleto AntiDilma
O pretexto de tal apoio seria a posição deste cidadão ser contrário ao aborto e defensor da vida. Oras, mesmo para defender esta causa santa não há a necessidade de tanto alarde e exploração mal intencionada do assunto, visto que os quatro principais candidatos têm posição contrária a esta prática. Por outro lado, Zé Serra, quando prefeito e governador de São Paulo, nunca deu muita atenção a população marginalizada. O que chama atenção é que a campanha foi organizada pela Opus Dei, dentro da Igreja Católica contra o PT e Dilma.
Abaixo segue uma reportagem que corre na internete sobre o assunto aborto, ma que não deveria ser tema de campanha.
Ex-aluna diz que Monica Serra contou ter feito aborto
Reportagem do jornal "Folha de São Paulo", publicada neste sábado (16), afirma que duas ex-alunas da esposa do presidenciável José Serra (PSDB) no curso de dança da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) disseram que ouviram da psicóloga Monica Serra que ela fez um aborto quando estava no exílio com o marido, no Chile. A revelação teria sido feita durante uma aula, em 1992.
Em um evento no Rio de Janeiro, há um mês, Monica teria dito a um evangélico, segundo a Agência Estado, que a candidata Dilma Rousseff (PT), que defendeu a descriminalização do aborto em 2007, é a favor de "matar criancinhas".
No último domingo (10), a bailarina Sheila Canevacci Ribeiro, 37, postou uma mensagem no site Facebook para "deixar a minha indignação pelo posicionamento escorregadio de José Serra" em relação ao tema aborto. Ela escreveu que Serra não respeitava "tantas mulheres, começando pela sua própria mulher. "Com todo respeito que devo a essa minha professora, gostaria de revelar publicamente que muitas de nossas aulas foram regadas a discussões sobre o seu aborto traumático", escreveu Sheila. Procurada pela reportagem da Folha, a bailarina diz que "confirma cem por cento" tudo o que escreveu.
O jornal localizou uma segunda aluna de Monica, que falou sob anonimato. Ela afirma que a psicóloga contou em aula que fez o aborto por causa da ditadura, pois o futuro dela e de José Serra era muito incerto.
A reportagem do jornal afirma que tentou falar com Monica durante dois dias, mas sua assessoria disse que "não havia como responder".
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