Cogitado para ser vice de Serra, José Roberto Arruda “encabeçava uma organização criminosa voltada à captação de dinheiro bancado por empresas contratadas pelo governo do Distrito Federal”
PF acusa Arruda de ter chefiado corrupção
Relatório encaminhado ao Ministério Público Federal indicia o ex-governador e integrantes de sua administração
Esses são os que falam o dedo em riste sobre ética e corrupção
Roberto Maltchik – O GLOBO
BRASÍLIA. Relatório da Polícia Federal enviado ao Ministério Público Federal (MPF) acusa o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda de ter chefiado uma organização criminosa, que montou um esquema de corrupção na administração da capital do país. No documento, a PF indicia Arruda e vários de seus ex-aliados pelos crimes de corrupção passiva e formação de quadrilha.
O relatório poderá ser usado para embasar a denúncia que será apresentada pelo Ministério Público Federal ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). A Procuradoria Geral da República não determinou a data para encaminhar a ação penal.
De acordo com trechos do relatório publicados pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, 12 ex-integrantes do governo de Arruda e sete empresas teriam, supostamente, cometido crimes para obter “vantagens espúrias”. O jornal ainda diz que, segundo a Polícia Federal, essas empresas se beneficiavam de contratos públicos para irrigar o esquema ilegal.
“José Roberto Arruda encabeçava uma organização criminosa voltada à captação de dinheiro bancado por empresas contratadas”, afirma um dos trechos atribuídos pelo jornal ao relatório da Polícia Federal.
Arruda foi flagrado em gravação de vídeo recebendo dinheiro do suposto esquema de corrupção, que envolveria deputados distritais, ex-secretários e empresários, além do então vice-governador Paulo Otávio. As gravações, feitas pelo ex-secretário de governo Durval Barbosa, detonaram a maior crise política da história de Brasília e determinaram a prisão de Arruda, em fevereiro.
O ex-governador saiu do Democratas (DEM) e teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Os advogados do ex-governador não se pronunciaram.
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