sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Garupa é para quem pode, Serra



Dilma tem se mostrado muito ágil nas respostas sempre que provocada e usado os argumentos certos para rebater seus adversários. Como fez com O Globo, que tentou questionar as obras na Rocinha, desferiu um golpe definitivo em Serra, que a criticou indiretamente no Jornal Nacional ao afirmar que “não há presidente que possa governar na garupa”, sugerindo que Lula iria monitorá-la.

“O meu adversário tem um medo enorme da comparação entre o governo dele, que é o do FHC, e o meu, que é o do presidente Lula. Ele não pode estar na garupa do presidente FHC, porque aí é até uma covardia”, provocou Dilma hoje, em entrevista coletiva na Federação das Indústrias de Santa Catarina, segundo a Folha de S. Paulo.

Dilma disse ainda que “tem orgulho” do presidente Lula e o considera um presidente “muito forte, que mudou o Brasil”. Se com a primeira declaração, Dilma imobilizou Serra, com o complemento o nocauteou por completo.

Alguém já imaginou o Serra levando o Fernando Henrique para sua campanha e dizendo que vai dar continuidade ao governo do ex-presidente tucano, do qual participou com entusiasmo e se orgulha imensamente? Seria obrigado a afirmar que completaria o serviço, vendendo os Correios (que, aliás, tem insinuado), a Petrobras, Eletrobras e o que mais pudesse para liquidar o patrimônio público que restou do período de liquidação tucana.

Serra não tem coragem de dizer isso. Não dá um pio contra Lula. Não tem dignidade sequer de se apresentar como oposição. Procura se esconder num meio termo que não agrada gregos nem troianos. Foi por isso que empacou e agora começa a cair nas pesquisas. Serra é um nada politicamente. Renegou seu passado e virou uma coisa amorfa, insípida, insossa e inodora. Será varrido da vida pública com a derrota mais acachapante já sofrida por um tucano que se candidatou à Presidência. Um destino merecido para quem evita dizer quem é e age com uma dissimulação e um oportunismo de fazer corar até um Paulo Maluf.

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