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sábado, 5 de junho de 2010
Onézimo disse a Lanzetta que Itagiba estava fazendo dossiês contra a base aliada
A jornal demo-tucano Folha de São Paulo, viu que a versão que rola por aí de supostos aloprados, e supostos dossiês, não tem como ser sustentada. Há testemunhas.
Entao entrevistou Luiz Lanzetta, e publicou. Segue trechos da entrevista:
Folha - Quem estava na reunião de 20 de abril no restaurante Fritz, em Brasília?
Luiz Lanzetta - Cinco pessoas. Onézimo, Amaury, o Dadá, o Benedito e eu.
Folha - Quem marcou a reunião e fez os convites?
Luiz Lanzetta - Eu não me lembro.
Folha - Por que pessoas como o Benedito e o Amaury estavam nessa reunião?
Luiz Lanzetta - O Benedito estava lá até para me servir de testemunha agora. Até porque o Onézimo parece ter sido acometido por uma crise de ética que ficou retida por dois meses. Ele chegou ao encontro dizendo que transportava dinheiro. Os dois, ele e o Dadá, falaram ter conhecimento de que o Marcelo Itagiba estaria montando cem dossiês. Ofereceram-se.
Folha - Como foram os contatos seguintes?
Luiz Lanzetta - Nunca mais vi os dois. O fato a ser dito é que não foi feito nenhum contrato.
Folha - Numa entrevista, Onézimo falou ter sido proposto a ele grampear e espionar pessoas. Isso não é fato?
Luiz Lanzetta - Ele que ofereceu serviços de espionagem. Eu fui lá ouvir. Levantei e fui embora.
Folha - Mas Onézimo é muito assertivo ao dizer que foi proposto a ele buscar dados da vida pessoal do pré-candidato José Serra.
Luiz Lanzetta - Não é verdade. Não se tratou de Serra. Ele montou essa reunião agora para dar essa mídia toda. Não teve isso. Eu fui para uma reunião, ouço um monte de coisa, levanto e vou embora. Não faço contrato. Nunca mais falo com a pessoa. De repente aparece como se fosse uma proposta minha? Eu nunca mais quis encontrar com ele.
Ele veio se oferecer para acompanhar o Marcelo Itagiba. Disseram que sabiam que o Marcelo Itagiba estava trabalhando porque já trabalharam na equipe dele e o conheceram.
Folha - Mas Onézimo se ofereceu explicitamente para investigar Marcelo Itagiba?
Luiz Lanzetta - Explicitamente.
Folha - Qual serviço exatamente foi oferecido?
Luiz Lanzetta - Eles começaram a falar o que eles têm de serviço. Demonstram como seguem, como gravam. Essas coisas todas. Eu comecei nem prestar mais atenção. Eles falaram que o Marcelo Itagiba estava fazendo cem dossiês contra a base aliada. Estaria fazendo isso com uma série de ex-agentes da Polícia Federal e da Abin no gabinete dele. Essa informação era o que eles queriam dar e depois se ofereceram para ir atrás disso. Era uma coisa um pouco pirotécnica. Mas da nossa parte nada prosperou. É impressionante: é uma coisa da qual caímos fora e ficou como se tivéssemos feito.
Folha - Onézimo diz ter sido convidado para a reunião no Fritz pelo Pimentel. Isso ocorreu?
Luiz Lanzetta - É delírio. O Pimentel nem sabia disso. Só fui falar depois, quando começou a aparecer essa reunião. Falei para ele como tinha sido e que nada havia sido acertado.
Folha - Há uma informação de que Fernando Pimentel tinha conhecimento sobre a finalização da apuração que Amaury Ribeiro Jr. fazia, sobre privatizações e negócios de Verônica, filha de José Serra. Como se dava essa troca de informações?
Luiz Lanzetta - Não tinha. De minha parte, não.
Folha - Mas o Amaury poderia falar diretamente com Pimentel?
Luiz Lanzetta - Ah... só se houve algo assim. Porque nunca houve reunião que eu tenha visto dos dois.
Folha - Há também uma informação de que por algum canal, da pré-campanha ou do PT, Amaury Ribeiro teria sido remunerado regularmente para continuar suas apurações. Essa informação é real?
Luiz Lanzetta - Não tenho conhecimento. Pelo que eu sei não houve nada. O Amaury tem recursos para tocar a vida dele.
Folha - Quais serão seus próximos passos na pré-campanha?
Luiz Lanzetta - Hoje devo soltar uma nota a respeito de tudo. Tudo o que aconteceu diz respeito a mim. A reunião foi um ato feito voluntariamente por mim. Hoje [ontem] eu mandei uma carta para a pré-campanha e me desliguei. E agora ficou claro que não tem central de arapongas e dossiês porque ninguém foi contratado. Então eu posso me desligar e me aliviar e ir embora. Ninguém foi contratado, não existe. Mandei uma carta hoje [ontem] de madrugada. Quando eu vi as entrevistas [de Onézimo e uma reportagem sobre Dadá] eu pensei: 'Dá para falar'. Fiquei tranquilo porque tudo está no meu âmbito. A carta foi para algumas pessoas, mas basicamente para a Helena Chagas.
Folha - Mas o seu contrato não vai até o final de junho?
Luiz Lanzetta - Eu estou saindo pessoalmente. O meu contrato eu estou abrindo mão e com grande alívio.
Folha - Mas se ao seu juízo nada errado foi feito, por que então sair da campanha?
Luiz Lanzetta - Por que não tenho como ficar na campanha nessa situação. É melhor para todos a minha saída. Foram 40 dias dizendo que eu fiz uma coisa que eu não fiz. E o principal é que ficou esclarecido que nenhum negócio foi feito como nos acusaram.
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Luiz Lanzetta emite nota desmentindo Veja, Estadão, e o ex-delegado parceiro de Marcelo Itagiba
A Lanza Comunicação torna público que:
Na segunda metade do mês de abril deste ano, o seu presidente, Luiz Lanzetta, foi procurado pelo delegado aposentado da Polícia Federal Onésimo de Souza, com uma proposta que ele chamou de “projeto de trabalho”.
No encontro mantido alguns dias depois, na presença de outras três pessoas, num restaurante em Brasília, o ex-policial se ofereceu para fazer um trabalho de “monitoramento de adversários” que, segundo ele, estavam produzindo dossiês contra a campanha do PT à presidência.
A proposta foi considerada inaceitável, a reunião foi interrompida e não houve mais nenhum contato com o ex-policial.
O assunto foi dado por encerrado e, como a conversa não teve qualquer consequência ou desdobramento, seu teor não foi comunicado aos clientes da Lanza Comunicação.
A Lanza, no entanto, foi surpreendida com uma reportagem da revista Veja, na semana passada, seguida de repercussões em outros veículos de comunicação.
E sente-se no dever de esclarecer:
A Lanza não participou nem autorizou a produção de dossiê contra quem quer que seja. Tampouco contratou quem quer que seja para produzir dossiês ou reunir informações contra ninguém. É falsa e de má-fé a versão de que a Lanza propôs investigação sobre algum político. Ao contrário, a Lanza recusou proposta de investigação clandestina feita por um ex-policial.
Portanto, não existe dossiê algum, assim como não há contrato algum com arapongas.
São mentirosas, além de contraditórias entre si, as informações e declarações de ex-policiais publicadas pela revista Veja e pelo jornal O Estado de S. Paulo.
A Lanza decidiu hoje, em caráter unilateral, rescindir o contrato que mantém com a campanha do PT e comunicou essa decisão à Secretaria Nacional de Comunicação do PT.
Com essa decisão, a Lanza se sente liberada para defender-se, em qualquer âmbito que julgue necessário, das falsas acusações que lhe tem sido impostas.
LANZA COMUNICAÇÃO
Luiz Lanzetta, presidente
Brasília, 5 de maio de 2010
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