quinta-feira, 13 de maio de 2010

SP: 4 anos após ataques do PCC, vítimas esperam indenização



Quatro anos após o que ficou conhecido como os "Crimes de Maio", vítimas dos ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) ainda processam o Estado de São Paulo por indenização. A Defensoria Pública de São Paulo informou que acompanha três casos, que correm em segredo de Justiça para preservar a identidade dos envolvidos.

No final de abril de 2007, o governo do Estado de São Paulo começou a pagar indenizações aos familiares dos agentes penitenciários mortos durante os ataques. Cada família de policial morto teve direito a R$ 50 mil, de acordo com projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa e sancionado, em novembro de 2006, pelo então governador Cláudio Lembo (DEM).

Em março, os familiares de 23 policiais mortos nos ataques já haviam recebido indenização de R$ 100 mil cada, por determinação do governador José Serra (PSDB). Das vítimas, 16 eram policiais militares e sete policiais civis. O total do valor pago pelo Estado, na época, era de R$ 2,85 milhões.

O Tribunal de Justiça de São Paulo informou que não acompanha os processos de indenização de vítimas dos ataques. A Secretaria de Segurança Pública do Estado afirmou que até policiais de folga na época dos eventos foram contemplados com indenizações, mas não apresentou um balanço até a publicação desta notícia.

Pesquisa do Laboratório de Análise da Violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (LAV-UERJ), desenvolvida com base nos boletins de ocorrência e laudos periciais de mortes causadas por armas de fogo no período de 12 a 21 de maio de 2006 em São Paulo aponta 564 mortos e 110 feridos, sendo 505 civis. A SSP refuta este número.

História
Os ataques tiveram início na tarde da sexta-feira, dia 12 de maio de 2006. Detentos de casas de custódia do interior de São Paulo se rebelaram, inicialmente em Avaré e Iaras. Em seguida, dezenas de penitenciárias paulistas seguiram as primeiras. No domingo, 74 presídios viam seus internos assumirem o controle.

A cidade de São Paulo parou na tarde do dia 15 de maio, em meio a uma série de atentados a universidades, escolas e centros de compras que nunca se cumpriram. Empresas e repartições públicas dispensaram seus funcionários mais cedo e escolas liberaram alunos. O horário de pico no trânsito foi antecipado para as 16h e a rede de telefones celulares ficou congestionada. Ao escurecer, as ruas da cidade estavam desertas.

Esta já era a segunda vez que a organização promovia um amotinamento em massa: cinco anos antes, em fevereiro de 2001, mais de 20 casas se rebelaram, tornando o grupo mundialmente conhecido e desmoralizando o governo paulista do PSDB, que negava inclusive a existência do PCC.

A megarrebelião de 2006 virou um marco da escalada do crime organizado no Estado de São Paulo.. As rebeliões nas penitenciárias foram acompanhadas da onda de ataques que levou terror às ruas e que também completa três anos neste mês.Terra

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