PORTO ALEGRE - Preso há dois dias na Delegacia de Polícia de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, um condenado por estelionato acabou solto no final da tarde desta sexta-feira. Com o presídio da cidade interditado para presos do regime semiaberto, os policiais não tinham para onde encaminhar o detento. O advogado de defesa alegou que seu cliente estava preso irregularmente em uma delegacia e o juiz mandou soltá-lo.
O delegado regional do Vale do Sinos, Mauro Vasconcellos, acusa a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e o Poder Judiciário de um jogo de empurra-empurra, no qual a Polícia Civil está no meio, de mãos atadas.
- Os juízes das varas de execuções estão dizendo que o problema não é deles, é da Susepe, mas eles interditaram os presídios. E a Susepe entra no jogo dizendo que não tem como resolver. E nós colocamos os presos aonde então? - questionou o delegado.
A Susepe informou que obedece à decisão do poder judiciário e não recusa nenhum preso. Segundo a superintendência, o presídio está interditado pelo juiz e não pela Susepe.
A interdição dos presídios para o regime semiaberto foi anunciada após o último levantamento da Justiça, feito na metade de novembro. De acordo com o relatório, cerca de mil presos que poderiam passar ao semiaberto estão detidos em regime fechado por falta de vagas em albergues e casas prisionais na Grande Porto Alegre. A interdição foi suspensa na última terça-feira para a Grande Porto Alegre, mas a decisão não é válida para as outras sete casas prisionais da região do Vale do Sinos, que também foram interditadas.
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