A contradição do Estatuto do Desarmamento e nossas elites
Por: José Erivaldo Ferreira Silva
Tanto a esquerda quanto a direita, levanta-se contraria a concessão da lei que
autoriza ao agentes penitenciários e guardas prisionais a portar armas fora em
serviço.
Infelizmente vivemos numa época em que muito se escreve, mas pouco se conhece. É um tempo onde se fala em privatização dos Presídios e inovação da gestão prisional, mas pouco se sabe sobre o cotidiano Prisional. No início do mês, uma lei do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), concederia o porte de arma ao Agente penitenciários e guardas prisionais No entanto, foi vetada pela presidente Dilma, “por contrariedade do interesse público”.
O mais irônico é que o jornal o Globo, em editorial que sempre defendeu as liberdades individuais frente ao poder do Estado, mostra-se contrario Projeto de Lei 5982/09. O Globo privatista de carteirinha, entra em contradição com seus princípios capitalista , e, por conseguinte contrario ao deputado Jair Bolsonaro (PP.RJ) que é um deputado assumidamente de direita.
Não há como negar que o Estatuto do Desarmamento representa uma conquista da sociedade brasileira. Mas, ao invés de combater o tráfico de armas e a criminalidade em si, volta-se para o próprio governo. Ou seja, restringir o direito a armas de fogo aos Agentes Publico, esse sim e o legítimo detentor exercício do direito ao porte, parece um contrassenso, uma grande contradição do modelo do sistema punitivo brasileiro.
O que ocorre é que neste país costuma-se colocar o "carro sempre diante dos bois", criando-se inúmeros projetos de vanguarda sem qualquer estrutura e/ou planejamento racional.
Há sempre uma disputa na sociedade entre Direita e Esquerda.
A direita representada pelo deputado Jair Bolsonaro a esquerda representado
pela pastoral Carcerária e o Agente Prisional no meio. Veja o exemplo do Projeto de Lei 5982/09, que foi aprovado
tanto pelo CCJ quanto pelo Senado, mas
foi vetado pela presidenta Dilma.
Hoje, fala-se muito em privatização de presídios, na cidade mineira de Ribeirão das Neves, acaba de ser inaugurado o primeiro presídio brasileiro construído sob o regime de parceria público-privada. Segundo comentaristas de politica é a menina dos olhos do Senador tucano Aécio Neves rumo à presidência da Republica.
No entanto, o Estatuto do Desarmamento e a restrição ao
porte de Arma de fogo entra em contradição também com o interesse privado porque quer
restringir o porte de arma aos Guardas Prisional privados.
Empresas particulares de vigilância têm prerrogativa mais
ampla de portar armas do que Guardas Municipais e Agentes Penitenciário, embora
estas estejam sob legítima tutela institucional. Para as clandestinas não há
fiscalização
Nesse sentido, o absurdo que nossa elite privatista (o Globo) querem restringir o porte de arma aos Guardas Prisional (agente Publico) , mas não fala nada em Guarda (Vigia) privados?
Como ficará a segurança dos Guardas (privado) da Penitenciaria da mineira de Ribeirão das Neves? Qual o Guarda privado que depois de uma jornada estafante de trabalho, voltará para sua casa desarmado? Enfim, uma simples e mera contradição. Querem garantir a qualidade da infraestrutura da unidade, mas não falam nada em garantir a segurança pessoal do Guarda privado.
O autor: Agente de Segurança Penitenciaria Graduado em Gestão Estratégica de Segurança
Pública.
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