sábado, 19 de janeiro de 2013

1 em cada 3 celulares flagrados em prisões de SP é da RMVale



Vista geral do complexo prisional de Taubaté e Tremembé. Foto: Rogério Marques
Vista geral do complexo prisional de Taubaté e Tremembé. Foto: Rogério Marques
Dados divulgados ontem pela SAP revelam que, dos 6.728 aparelhos achados nas celas, 2.037 estavam em unidades da região
Taubaté
Balanço divulgado ontem pela Secretaria de Administração Penitenciária revela que a RMVale responde por 1 em cada 3 celulares apreendidos no ano passado em unidades prisionais do Estado de São Paulo.
Em 2012, foram recolhidos nas celas da região 2.037 aparelhos de telefonia móvel --no Estado foram 6.728.
Os dados mostram que na região, além dos 2.037 celulares nas celas, foram encontrados outros 526 aparelhos no interior das unidades prisionais, 3 com funcionários, 3 com funcionários de outras empresas, 76 com visitas e 208 na área externa das unidades.
Os números reforçam o lobby das lideranças do setor de segurança pública do Vale do Paraíba para que as unidades prisionais da região sejam incluídas na licitação que está sendo preparada pelo governo do Estado para instalação de bloqueadores de celular nos presídios e CDPs (Centros de Detenção Provisória).
Com o objetivo de desmantelar quadrilhas e combater o crime organizado, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou a impantação dos mecanismos no fim do ano passado, após os ataques que vitimaram mais de 100 policiais.
O novo sistema foi testado no Centro de Detenção Provisória de Mogi das Cruzes. Outras três prisões deverão receber os testes -- as unidades não foram divulgadas pela SAP.

Arma. De acordo com o governo do Estado, após a fase de testes será realizada a licitação para contratação do serviço para as unidades prisionais.
A SAP não informou ontem quando será realizada o certame nem quais unidades serão contempladas.
Investigações e denúncias feitas à polícia e ao Ministério Público revelam que o celular é a principal arma dos líderes de organizações criminosas para continuar a controlar as ações das quadrilhas de dentro dos presídios.
Os promotores criminais da região são a favor dos mecanismos e afirmaram ontem ao O VALE que as novas tecnologias poderão ajudar no combate ao crime organizado de dentro dos presídios.
Eles deverão encaminhar ofícios ao secretário de Estado de Segurança Pública para que as unidades da região recebam as novas tecnologias.
“Acho inteligente a forma de impedir o uso de celular. Isto mudará as características do sistema prisional, mas não podemos esquecer que o principal problema está na superlotação”, disse Paulo Rogério, promotor em Taubaté.
“Acho fantástico. É uma medida que funciona. O único problema, que deve ser avaliado pelo Estado, está no bloqueio de todas operadoras de telefonia e não apenas de uma. Não posso falar em crime, mas esta iniciativa vai impedir muitas articulações”, afirmou João Barbosa Filho, diretor do Deinter 1 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior), de São José dos Campos.

Raio-X.  A SAP informou ontem que todas as 152 unidades prisionais do Estado de São Paulo estão equipadas atualmente com aparelhos de Raio-X de menor e maior porte, além de detectores de metal de alta sensibilidade que ajudam a coibir a entrada de equipamentos e drogas.

Saiba mais


Simulação
Uma das tecnologias em estudo pelo governo do Estado é a de Simulação de Estação Rádio Base da Operadora, que utiliza uma antena instalada no próprio presídio para atrair as ligações locais, neutralizando as chamadas

InterferênciaA outra é denominada ‘Interferência’ (jamming, em inglês), que gera ruído para interferir no sinal da rede de celular, bloqueando os aparelhos que estiverem na área escolhida

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