sexta-feira, 2 de novembro de 2012

O PCC não se tornou essa coisa de uma hora para outra.

Por Erivaldo


Caos não se instala de uma hora para outra. O processo é por vezes lento, contínuo e silencioso. Os erros se prolonga a incompetência, vêm de há muitos tempos.

Ao longo dos quase dezenove anos de Governo tucano, o PCC se tornou mais forte, e o estado de São Paulo ficou cada vez mais fraco; não foi o PCC  que se tornou mais organizado e mais experiente; foi o Estado de São Paulo que deixou de fazer sua parte.

Em vez de se aperfeiçoarem os mecanismos de gestão nas prisões, desenvolver o  papel de protagonista,  o Estado de São Paulo, cooptou lideranças negativas  de diversos perfis criminosos. Uma clientela cada dia mais jovem que, ao contrário dos antigos candeeiros, não irão respeitar, em alguns momentos, os códigos tradicionais que gerem a vida no interior das unidades.

O que fez o Estado?

Estimularam essas novas lideranças através dos "faxinas" que são presos responsáveis pela limpeza que detêm liderança sobre os demais detentos e mantem alguns privilégio com o aval do sistema penitenciário.

No entanto, é a gestão desastrada e omissa da SAP que assume grande parcela de responsabilidade.  Gestão  que esta marcada por fatos de incompetência e despreparo.
A administração Penitenciaria mais parece uma cabine de emprego de servidores concursado alheia aos problemas pertinentes ao exercício do caceares.  Há  certo descolamento da realidade de quem administra e de quem executa. A cultura que ainda prevalece é ainda mesma, durante anos.

Ou seja, de uma  visão mais burocrática e disciplinadora das prisões. Seus dirigentes e coordenadores ainda são os mesmo há décadas. A tradição ainda mantem a indicação de Diretores e Coordenadores antigos, que na grande maioria são responsáveis pelo desencadeamento desse estado de coisas.

Por tanto, o PCC não se tornou  essa coisa de uma hora para outra .  Foram necessários alguns anos para gestação dessa facção que hoje aterroriza São Paulo.

Assim como observa Drauzio Vallera no seu novo livro “Carcereiros,” o surgimento de facções criminosas como o PCC (Primeiro Comando da Capital), cujos atentados em maio de 2006 quase pararam a capital paulista por quase uma semana, são frutos da mudança na forma de condução do gerenciamento penitenciário.

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