terça-feira, 2 de outubro de 2012

Vinte anos sem punição e mais vinte anos sem solução. É muito triste, mas pouca coisa mudou depois do massacre do Carandiru.


E os massacres de maio em São Paulo?

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Celebra-se lugubremente o massacre do Carandiru, com mais de 100 mortos. Vinte anos sem punição.
E o massacre de maio, logo após os ataques do PCC? Foram mais de 400 pessoas assassinadas pela PM, comandada por um secretário de Segurança desgovernado, Saulo de Castro Abreu?
Os corpos chegavam aos montes no Instituto Médico Legal. Para tentar controlar o massacre, o Ministério Público Federal e outras entidades de defesa dos direitos humanos, montaram plantão no IML. Magicamente, os corpos deixaram de chegar. Não se sabe se foram desovados em outros locais ou se a medida impediu a ampliação do massacre.
Foi um massacre planejado, no qual até os rádios da polícia foram desligados, para não serem acompanhados pela imprensa. Não se pouparam nem culpados, nem inocentes.
E a nova jurisprudência do STF, se invocada nesse episódio, não poderá deixar de lado o próprio governador Gerlado Alckmin, o mesmo que recentemente justificou o massacre de 7 pessoas pela PM, com os mesmos argumentos de Luiz Antonio Fleury, vinte anos atrás: só morreu quem resistiu,
O responsável pela segurança em São Paulo era seu homem de confiança, um Secretário alucinado que chegou a invadir a Assembleia Legislativa de São Paulo acompanhado de policiais militares. 
A indignação com a impunidade do Carandiru precisa ser invocada no caso dos 400 assassinados pela Policia Militar de São Paulo. Pelo menos para aplacar o pranto das mães de maio, um grupo de senhoras, cujos fiilhos foram assassinados, e que lutam sem resultados para esclarecimento do crime.



Do Blog Servidores Penitenciario

O que mudou na policia depois do massacre do Carandiru? Pouca coisa mudou, mas de positivo somente a questão da forma de abordagem no Gerenciamento de crise em rebeliões. Hoje a Policia Militar (choque) esta muito mais experiente para o conflito, embora esteja muito aquém do necessário. Ou seja, seria bom que houvesse um avanço na formação do policial; tecnologias sociais com um padrão tolerável.  Há  também, GIR ,composto de Agentes Penitenciários(civil), que são um grupo de intervenção rápido que possuem arma não letais. Bem melhor, porem com um efetivo insuficiente.  Por outro lado, os presos hoje estão mais organizados e reagrupados. A imagem do preso analfabeto, banguela e sem liderança é coisa do passado.  Não há mais do que duas facção que disputam a liderança dos presos. O PCC domina quase 95%  das cadeias do estado, mas o governador diz haver muita lenda sobre facções criminosas. Não houve muito avanço na parte administrativa, os Diretores ainda são os mesmo, impera o mesmo regime da época da Casa de Detenção. Hoje grande maioria das cadeias está sendo construídas no interior paulista. Os CDPs  são depósitos de presos que alimenta a indústrias do encarceramento.  Enfim, vinte anos sem punição e mais vinte anos sem solução. É muito triste, mas pouca coisa mudou depois do massacre do Carandiru.

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