sexta-feira, 27 de abril de 2012

PM com curso superior não aceita cumprir ordens', diz Beto Richa


Em resposta a críticas sobre o fim da exigência de diploma universitário para ingresso na Polícia Militar do Paraná, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), disse que um policial com curso superior "muitas vezes não aceita cumprir ordens de um oficial ou um superior".
A declaração foi dada em entrevista à rádio CBN Curitiba, nesta quinta-feira (26).
Richa disse que a exigência do diploma para o ingresso na PM "demonstrou não ser uma boa iniciativa", porque "desestimula os jovens que querem entrar na polícia [...] e não têm curso superior ainda".
Em seguida, o governador afirmou: "Outra questão é a de insubordinação, também. Uma pessoa com curso superior muitas vezes não aceita cumprir ordens de um oficial ou um superior, uma patente maior".
A exigência de curso superior para ingressar na PM foi instituída no Paraná em outubro de 2010, quando foi aprovada na Assembleia Legislativa, por votação dos deputados, a Emenda Constitucional 29.
De acordo com o documento, seria exigido diploma de direito para o ingresso na PM e de engenharia para admissão no Corpo de Bombeiros.
A lei, porém, que também instituía outros benefícios para os policiais, nunca chegou a ser cumprida, pois dependia de regulamentação --o que está sendo feito neste momento pelo governo estadual.
Na última quarta-feira (25), o governo enviou à Assembleia um conjunto de projetos para enfim regulamentar a lei aprovada em 2010. Em um dos projetos de lei, porém, a exigência do diploma é retirada da Constituição Estadual.
Entidades que representam os policiais do Estado se manifestaram contra a mudança, afirmando que a medida representaria um "retrocesso" na busca por uma polícia mais bem preparada.
"O governo está propondo mudar a lei que já existe. Agora ele quer derrubar o que construímos?", reclama o presidente da APCS (Associação dos Policiais, Cabos e Soldados Militares do Paraná), soldado Laudenir Dotta.
O governo argumenta que o tema "deverá ser regulamentado posteriormente, por meio de estatuto próprio, com o devido estudo que a questão requer".
Hoje, em seu Twitter, Richa disse que suas declarações foram "descontextualizadas". "O que eu disse é que retiramos a exigência do diploma para dar oportunidade aos mais jovens que ainda não concluíram o curso superior", afirmou.
O governador afirmou, em seu perfil no Facebook, que esses jovens "perdem a chance de concretizar um projeto de vida" com a exigência de diploma. "São pessoas preparadas para a função mas que não atendem a escolaridade exigida."
Richa também afirmou que a valorização dos servidores é "uma meta de governo". "Nada mudou. Respeito e valorizo os nossos policiais".

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