segunda-feira, 23 de abril de 2012

General é suspeito de desvio de recursos dos presídios de AL


Da Foha

A Justiça de Alagoas decretou nesta segunda-feira a prisão do general da reserva do Exército Edson Sá Rocha, ex-comandante da PM alagoana, suspeito de participação em um esquema de desvio de cerca de R$ 300 milhões dos presídios de Alagoas.
Foram presos também o ex-intendente-geral do Sistema Penitenciário, coronel Luiz Bugarin, e mais dois oficiais da PM alagoana, além de quatro empresário, um policial civil e um ex-funcionário do sistema prisional.
As prisões foram efetuadas por uma força tarefa das policiais Civil e Militar, com apoio da Guarda Nacional. Os mandados de prisões foram expedidos pelos juízes da 17ã Vara Criminal da capital, a pedido do Gecoc (Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas) do Ministério Público Estadual.
Os presos estariam envolvidos num esquema de fraude a licitação e superfaturamento de produtos comprados para o sistema prisional, principalmente para a alimentação dos internos. O esquema vinha sendo investigado desde 2007, no primeiro mandato do governo Teotônio Vilela Filho (PSDB), quando foi descoberto pelo ex-secretário de Segurança Pública, delegado federal Paulo Rubim.
De acordo com coordenador do Gecoc, o promotor Alfredo Gaspar, as prisões desta segunda-feira têm ligação com a operação Espectro, deflagrada pela Polícia Civil de Alagoas no início de março deste ano.
Naquela oportunidade, foram presas pessoas envolvidas com operações fiscais: empresários e contadoras das empresas suspeitas de participação do esquema.
"Desta vez, pedimos a prisão dos gestores que teriam contribuindo para a fraude registrada entre os anos de 2007 e 2009", afirmou Gaspar. Ele disse ainda que já teriam sido executadas seis prisões e entre os presos estariam os três oficiais da PM.

PROVAS
Durante a Operação Espectro, deflagrada no dia 3 de março, além das prisões de empresários e contadores, foram apreendidos cerca de R$ 4 milhões em dinheiro e cheques. Mas no início da semana passada, a polícia constatou que parte dos cheques e do dinheiro havia sumido da delegacia, só teriam restado R$ 960 mil entre as provas do inquérito. Uma sindicância foi aberta para apurar o sumiço do material.
De acordo com as investigações, as empresas vendiam para o sistema prisional, mas não entregavam os produtos e triplicavam o valor nas notas fiscais.
Doze empresas teriam participação direta na fraude e 70 estariam envolvidas no esquema. Os suspeitos respondem por crimes de peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, falsificação de documento público, falsificação de documento particular, fraude em licitação, formação de quadrilha e sonegação fiscal.

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