terça-feira, 27 de março de 2012

O despreparo da polícia para o uso do taser


Por Sanzio
No post de ontem sobre a morte de um homem em Florianópolis pela tal pistola taser, pouco se falou do despreparo da polícia para lidar com situações como aquela. Segundo a notícia, apesar de drogado o homem não representava perigo, não estava armado, poderia ter sido dominado fisicamente por dois ou mais policiais. Não é possível que alguém desarmado e drogado seja tão forte a ponto da polícia não conseguir imobilizá-lo.
Agora a PM de Santa Catarina apresenta outra versão, ainda mais absurda que a anterior: teriam matado o homem para evitar que ele se matasse! Seria até engraçado, se não fosse apenas mais uma tragédia perpetrada por profissionais absolutamente despreparados para a função. Aparentemente a única coisa que as nossas polícias sabem fazer, além de achacar bandidos e cobrar proteção, é matar. E agora que deram um brinquedinho novo nas mãos desses incompetentes vamos assistir cada vez mais cenas como essas.
Da Folha de S. Paulo
p>Caso aconteceu anteontem; vítima sofreu parada cardiorrespiratória
Segundo a PM, policial agiu certo ao tentar impedir que gerente de 33 anos se jogasse pela janela de apartamento
JEAN-PHILIP STRUCK
DE CURITIBA
Um homem morreu na madrugada de anteontem em Florianópolis (SC) após ser imobilizado com um choque de uma pistola modelo Taser, disparada por um policial.
É a primeira vez no Brasil que uma morte é relacionada à arma, que provoca uma forte contração muscular e imobiliza a pessoa atingida.
O caso é semelhante ao do brasileiro Roberto Laudísio Curti, 21, morto no dia 18 na Austrália (leia mais abaixo).
A nova vítima é Carlos Barbosa Meldola, 33, gerente de uma empresa de transportes. A PM foi acionada pela mulher dele. Ela disse que o marido estava destruindo o apartamento, após usar cocaína.
Segundo a PM, a arma foi disparada quando o homem ameaçou se jogar pela janela. "Foi uma tentativa de salvar a vida dele", diz o tenente-coronel Fernando Cajueiro.
Após o disparo, os policias tentaram reanimar Meldola. A causa da morte foi registrada como parada cardiorrespiratória. Um laudo do IML ainda está sendo elaborado.
Segundo o cardiologista Sérgio Timerman, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, o uso da arma de eletrochoque em pessoas que consumiram drogas e álcool pode ser um "empurrão" para uma parada cardíaca.
O delegado Antonio Seixas Joca diz que a pistola passará por perícia. A mulher da vítima e os PMs serão ouvidos nesta semana. A PM abriu inquérito sobre o caso.

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