Altamiro Borges: Violência em SP constrange tucanos

Altamiro Borges: Violência em SP constrange tucanos

Violência em SP constrange tucanos

Por Altamiro Borges

Com o apoio da mídia chapa-branca, o PSDB sempre vendeu a imagem de que São Paulo teria conquistado avanços significativos na área de segurança pública. Nas eleições do ano passado, José Serra exagerou nos auto-elogios ao tucanato, que governa o estado há quase duas décadas. Essa falsa propaganda foi uma das principais marcas da sua derrotada campanha presidencial.

Neste sentido, caiu como bomba o relatório da Secretaria de Segurança Pública divulgado na semana passada. Ele mostra que o número de homicídios cresceu no estado em agosto pelo terceiro mês consecutivo. A alta de 10,48% do número de assassinatos foi puxada pelo crescimento da capital, que teve em agosto 23,81% mais homicídios que o registrado no mesmo mês de 2010.

Estatísticas sob suspeita

Em agosto, foram 369 homicídios no estado, contra 334 no mesmo mês de 2010. Na capital, foram 104 crimes contra 84. A taxa de homicídios nos oitos primeiros meses do governo de Geraldo Alckmin foi de 9,86 por grupo de 100 mil habitantes. Também houve alta dos crimes de furto (4,67%), roubo (9,23%) e roubo de veículos (20,79%), na comparação com agosto de 2010.

Qual seria a razão deste aumento abrupto da violência em São Paulo? Nenhum fenômeno social novo ocorreu no período recente que justificasse o estranho crescimento. Isto aumenta a desconfiança de que as estatísticas sobre melhoras na segurança pública, em especial na gestão do tucano José Serra, foram manipuladas para servir ao seu projeto eleitoral.

Mudanças na área da segurança

A Secretaria de Segurança Pública justifica a alta com a mudança nas estatísticas criminais. A partir de abril último, elas passaram a mapear cada distrito. Em entrevista ao Jornal da Tarde, o coronel Marcos Roberto Chaves da Silva, responsável pelo Comando de Policiamento da Capital (CPC), garante que a instalação de centrais de flagrantes também explica o aumento dos casos de roubo.

“Com essa reestruturação da Polícia Civil, outras delegacias passaram a prestar atendimento mais rápido. Outro fator importante é que a Polícia Militar passou a fazer boletins de ocorrências de alguns casos... Ao perceber que há mais agilidade no atendimento, o cidadão passa a procurar a polícia para registrar mais casos”, afirmou o coronel.