quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Conflito interno no PCC poderá agravar situações nas cadeias

JOSMAR JOZINO

Carros importados blindados e devidamente escoltados. É com esse reforço na segurança pessoal que as mulheres de líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) passaram a visitar os maridos presos na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no oeste do Estado.

O temor é um só: represália pelo assassinato de Maria Jucinéia da Silva, de 41 anos, a Neia, mulher do preso Orlando Motta Júnior, o Macarrão. Ele era da cúpula da facção criminosa, mas foi excluído, recentemente, sob a acusação de ter delatado chefes do grupo.

Segundo suspeitas da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual (MPE), o PCC executou Neia para vingar-se do marido dela. Ouvido em audiência judicial este mês, na Vara do Júri de Presidente Prudente, Macarrão ameaçou. Disse que muitos outros pagarão pela morte de sua mulher.

Assim como a Polícia Civil e o MPE, as mulheres do PCC também temem um derramamento de sangue. Por isso, desde 7 de setembro deste ano, quando Neia foi executada em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, elas passaram a andar com escolta e carros luxuosos, potentes e blindados.

O conflito interno no PCC agravou-se em 19 de março de 2010, quando Macarrão, na condição de testemunha protegida, revelou com detalhes como foi o planejamento do assassinato do agente penitenciário Denilson Dantas Jerônimo, de 36 anos.

A vítima trabalhava no Centro de Readaptação Penitenciária (CRP) de Presidente Bernardes, construído para isolar líderes de facções criminosas. Jerônimo foi assassinado com tiros de pistola 380, na cidade de Álvares Machado, na madrugada de 3 de maio de 2009, por ser considerado linha-dura. Ele estava com a namorada, que escapou ilesa.

Segundo Macarrão, Elvis Riola de Andrade, de 33 anos, o Cantor, teria recebido a missão de matar o agente. Ele é puxador de samba da Gaviões da Fiel e desfilou pela escola este ano no Anhembi. Cantor levava uma vida de classe alta. Morava em condomínio na Granja Viana, Cotia, Grande São Paulo. Tinha carros de luxo e até pousada em Porto Seguro, na Bahia.

Planejado na prisão

Cantor foi preso em 27 de maio deste ano na capital e estava com documento falso. Ainda segundo Macarrão, o assassinato de Jerônimo foi planejado na prisão pelos presos Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, Edilson Borges Nogueira, o Birosca, Wagner Martins de Oliveira, o Boca, e José Luis Soares, o Nininho.

De acordo com apurações da Polícia Civil, Denise Lopes do Couto era a encarregada pelo levantamento do endereço e da foto da casa do agente. Já Rogério Araújo Taschini seria o responsável pelo assassinato dele. Porém, como o casal foi preso em fevereiro de 2009 num shopping de Presidente Prudente, o PCC passou essa missão para Cantor.

Macarrão foi ouvido na Penitenciária de Presidente Prudente – onde estão os inimigos do PCC – por um promotor de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e na presença de um delegado da Polícia Civil. Ele depôs na condição de testemunha protegida.

Advogados de presos delatados por Macarrão tiveram acesso ao depoimento dele nos autos do processo que apura a morte de Jerônimo. Os rivais o identificaram por suas declarações. Macarrão contou que havia ficado preso no CRP de Presidente Bernardes em maio de 2009 e que era “sintonia dos gravatas” (chefe dos advogados) do PCC.

Para a polícia, o PCC sentiu-se traído com a delação e mandou matar Neia. Eram 8h30 de 7 de setembro, feriado da Independência. Neia varria a calçada de casa, no bairro Campo dos Alemães, em São José dos Campos. Um Golf se aproximou e um homem desceu do carro atirando. Mesmo baleada, ela correu para o banheiro. O assassino a seguiu e disparou até descarregar a arma.

Cantor se diz inocente

Elvis Riola de Andrade, o Cantor, negou à Justiça envolvimento no assassinato do agente penitenciário Denilson Dantas Jerônimo. O advogado dele, Roberto Ricetti, disse que não se manifestaria porque o processo corre em segredo de Justiça. Segundo a Polícia Civil, Cantor tem antecedentes criminais e foi preso por roubo.

Já o Grêmio Gaviões da Fiel Torcida garante que ele é funcionário da entidade, com o cargo de diretor de compras e salário de R$ 4 mil mensais desde abril de 2007.

O promotor Lincoln Gakiya, do Gaeco de Presidente Prudente, denunciou Cantor à Justiça pelo assassinato de Jerônimo. A Polícia Civil abriu outro inquérito para apurar a suposta participação dos demais acusados no homicídio do agente. Todos foram ouvidos e também negaram envolvimento no crime.

Comentario do Blog

Já era quase esperado um conflito interno dentro do PCC, na verdade, até se sabia que iria ocorrer, o que não se sabia era quando poderia acontecer. Durante muito tempo, o PCC se fortaleceu e cresceu com o aval do Estado, cuja direção incentivou e ainda incentiva novas lideranças. A verdade é que o Estado delega o poder aos presos e constitui comissões etc. Para a Polícia Civil e para o MPE, o que acabou desencadeando todo esse conflito foi à morte de um Agente Penitenciário.
No entanto, para que conhece a cadeia de perto, sabe que tudo isso é fruto de traições e ambições pessoal. Ou seja, é o resultado da sua ambição desmedida de seus lideres que se fortaleceram na ausência do Estado. A grande maioria dos lideres do PCC, estão presos, mas controlam ainda de dentro da cadeia, ações criminosas e o trafico nas ruas. Ao contrário, que muita gente pensa a vida no crime para uma minoria, muito, vezes (infelizmente) é compensadoras

4 comentários:

Anônimo disse...

esse safado tem que aprodecer na cadeia e justiça tem que confiscar os bens dele

Anônimo disse...

por favor fique em cima para não ser esquecido este crime ,a população tem que se manifestar

Anônimo disse...

Esse tal de Cantor ja esta se preparando pra sair da cadeia pois esses ministros nao devem ter familia pois soltar um cara desse e loucura

Unknown disse...

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