quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Fundação Casa vai investigar acesso de internos a barras de ferro

Elas foram utilizadas como armas para render funcionários em rebelião.
Quatro pessoas ficaram feridas em Guarulhos; ninguém conseguiu fugir


A Fundação Casa vai avaliar como os adolescentes internados na unidade de Guarulhos, na Grande São Paulo, tiveram acesso a barras de ferro, pedras e outros objetos usados como armas durante uma rebelião ocorrida entre a noite desta quarta-feira (4) e a madrugada desta quinta-feira (5). A corregedoria vai avaliar ainda se o número de funcionários que estavam dentro da unidade era suficiente.

A sindicância quer saber também o motivo da revolta dos menores. No total, 56 menores se rebelaram na noite de quarta. Segundo os funcionários, eles tentaram fugir e usaram as barras de ferro para agredir e render os dois funcionários que deveriam retorná-los às celas. Um terceiro funcionário também foi feito refém.

"Tinham funcionários, o coordenador, pessoal do administrativo e também funcionários do lado de fora. A gente vai levantar qual era o plantão, qual era o efetivo, tudo vai ser apurado na sindicância", explicou o coordenador da Fundação Casa, Jardir Pires de Borba. A rebelião terminou após cerca de cinco horas, por volta de 1h desta quinta. A violência durante o motim deixou quatro feridos leves: dois agentes de segurança e dois adolescentes.

Os internos colocaram fogo nos colchões. Eles também se armaram com pedaços de madeiras arrancados dos móveis da unidade para dominar os funcionários e controlar a unidade. Equipes da Polícia Militar (PM), da Corregedoria da instituição e seguranças da Fundação Casa estiveram no local, negociando a libertação dos funcionários.

Dos três funcionários libertados, dois agentes deixaram o prédio com ferimentos leves e foram levados para atendimento médico. Dois adolescentes também se feriram sem gravidade.
De acordo com a assessoria da instituição, não houve truculência dos soldados para encerrar a rebelião.

Duas equipes do Corpo de Bombeiros também permanecem de prontidão no local durante toda a rebelião. No início da ocorrência, os homens da corporação não puderam entrar no prédio, pois colchões haviam sido queimados num pátio. A assessoria informou que o fogo foi extinto provavelmente pelos próprios internos.

Esta foi a terceira rebelião na unidade este ano. Em abril, houve uma fuga em massa na mesma unidade e 35 menores conseguiram escapar. Antes, em fevereiro, outros cinco internos já tinham conseguido fugir.

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