domingo, 9 de maio de 2010

Lançamento de Alckmin vira palco para ataques a Dilma


Embora sem citar petista, tucanos insistiram na ‘inexperiência’ da ex-ministra

Segundo organizadores, evento em SP para lançar a pré-candidatura do tucano ao governo do Estado reuniu cerca de 5.000 pessoas
O lançamento da pré-candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) ao governo de São Paulo se transformou ontem em palanque para a campanha de José Serra (PSDB) à Presidência e ataques a sua adversária, a petista Dilma Rousseff.
Ainda que sem citar o nome de Dilma, tucanos e aliados insistiram na ideia de inexperiência da ex-ministra.
A começar pelo próprio Serra. Em seu discurso, o tucano afirmou que a administração não é um curso, em que se aprende ao longo do mandato.
"O governo não é curso de graduação, de madureza, nem de pós-graduação [no qual] quem ganha vai aprendendo no governo o que fazer, enquanto a necessidade da população fica sem atenção", disse o pré-candidato, após repetir que sabe "o que fazer e como fazer".
Em campanha, Serra investirá no confronto de seu currículo com o de Dilma, numa tentativa de evitar que a disputa se concentre na comparação entre os governos Lula e FHC. O evento de ontem mostrou, porém, o quanto a tarefa é difícil.
Minutos antes de Serra, foi a vez de o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso acusar a petista de falta de experiência.
"Ou ganhamos ou sabe-se lá o que vamos ter, meu Deus. Sabe Deus, com a inexperiência, o que vem pela frente com esse passado tão cheio de compromisso com o que há de pior em matéria de falta de civilidade e decência", discursou FHC, concluindo: "Queremos o Brasil em mãos limpas".
Tido como um dos pontos vulneráveis do PSDB, FHC defendeu seu legado e usou a primeira pessoa do plural para se referir a um eventual governo Serra. "A isso, vamos nos dedicar no governo", disse, após listar prioridades para o país.
Os ataques a Dilma não partiram apenas dos tucanos. O ex-governador Orestes Quércia (PMDB) ressaltou o fato de ela nunca ter enfrentado eleições. "Não se pode colocar na Presidência uma pessoa que não tem experiência", acrescentou.
Diante de 5.000 militantes - segundo cálculos dos organizadores -, Serra voltou a acusar o PT de truculência.
Embora a campanha nem sequer tenha começado, houve pedido explícito de voto. De Quércia, por exemplo, para ele e para o ex-secretário Aloysio Nunes Ferreira. Ambos vão concorrer ao Senado.
Tucanos e democratas fizeram um esforço para transformar o evento numa demonstração de unidade. Dois anos depois de uma dura disputa pela prefeitura, Alckmin e o prefeito Gilberto Kassab (DEM) trocaram afagos.

União

"Nada define melhor o espírito que hoje nos reúne do que o nome deste evento: unidos por São Paulo", discursou Alckmin.
Presente no discurso, a união não era tão nítida na plateia, sem parte expressiva da bancada do PMDB, partido que apoia Lula e deve fechar com Dilma no plano nacional.
Causou apreensão nos tucanos o atraso do governador Alberto Goldman, além do visível desconforto de José Anibal, preterido para o Senado.



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Detenta revê filhos após 2 anos graças a indulto

Menores e sem um responsável, os quatro filhos não têm autorização para visitá-la na prisão

Cássia Grandi, 45, foi condenada por tráfico de drogas; ela tem direito ao semiaberto, desde que arrume um emprego


OCIMARA BALMANT
DA REPORTAGEM LOCAL

Quando o menino de cinco anos viu a mãe lá no fim da viela, parou. Só voltou a caminhar quando a mulher, ainda vestida com o bege e branco do presídio, pediu um abraço do caçula. "Você se lembra da mamãe, meu bebê?", perguntou Cássia Grandi, 45. O menino olhou ressabiado e não respondeu, mas também não se esquivou.
O encontro aconteceu na manhã da última sexta, duas horas após Cássia ter passado pelo portão da Penitenciária de Santana, na zona norte. Recebeu o indulto do Dia das Mães, benefício dado às presas que têm direito ao regime semiaberto.
Sem ninguém à sua espera, levou sozinha a bagagem -duas sacolas com tapetes de crochê e caixinhas de madeira que aprendeu a fazer nas oficinas da Funap, a fundação de amparo aos presos. Além do caçula de cinco anos, queria encontrar os outros três filhos: uma menina de 17 anos, e dois meninos de 13 e 11 anos.
"Tenho muito medo de eles não me aceitarem. Preciso mostrar que eu mudei", disse ela, no trajeto de quase uma hora da prisão até a casa do irmão, na periferia da zona norte.
Cássia não viu os filhos durante os dois anos e meio em que cumpriu pena por tráfico. Como são menores, não têm autorização para entrar na penitenciária sem um responsável. Os poucos relatos chegavam por uma conhecida, que ia à prisão visitar uma parente.
Foi assim que soube que a filha mora com o tio e os três meninos, com famílias da região.
Mas foi uma vizinha que, há cinco meses, a avisou que o filho mais velho, de 18 anos, havia sido morto. Algemada, Cássia teve menos de dois minutos para ver o corpo do jovem no local esvaziado para sua entrada. Poderia ter ficado mais, mas foi levada de volta devido aos gritos da filha, que queria abraçá-la. "Até o policial chorou."
Na última sexta, quando Cássia apareceu na porta do cortiço de dois cômodos, a menina foi a primeira a vê-la. "Sabia que você vinha hoje", gritava. Desta vez, ficaram muito tempo abraçadas. Separaram-se só para que a filha saísse em busca dos irmãos. Voltou meia hora depois, sozinha. As famílias não haviam autorizado a vinda deles.
Vendo a angústia da mãe, a menina tentou mais uma vez. Ao retornar, nem precisou avisar que estava acompanhada. Quando ouviu o barulho no corredor, Cássia correu. Do lado de fora, a vizinhança já estava a postos. Um por vez, os três meninos abraçaram a mãe.
Quando foi para a prisão, em 2008, era a segunda vez que deixava o garoto. A primeira havia sido em 2005, no momento em que registrava o menino no Poupatempo da Sé. Ela era procurada por tráfico. O filho de quatro meses foi para casa no colo da vizinha.
Livre um ano depois, foi presa de novo. Desta vez, promete não voltar. Mas não quer brigar pela guarda. "Seria egoísmo."
Amanhã, retorna à penitenciária para ser conduzida à unidade em que cumprirá o semiaberto. Se achar um emprego, voltará à cadeia só para dormir.
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Policial civil é morto com seis tiros em São Paulo

O agente policial Carlos Vagner Souza de Oliveira, 35, foi morto por volta das 13h30 deste sábado na região do Parque Novo Mundo, na zona norte de São Paulo.

Ele foi atingido por seis tiros, sendo dois na cabeça, e chegou morto ao hospital.

A arma de Oliveira foi levada pelo criminoso. Três carros foram roubados durante a fuga, segundo a polícia.

O agente, que estava de folga, trabalhava no presídio da Polícia Civil em São Paulo. O caso será investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa.
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Base policial é atacada em Osasco

Tiros acertaram janela blindada e nenhum policial se feriu.
Polícia não tem pistas dos criminosos.

Uma base da Polícia Militar foi atacada em Osasco, na Grande São Paulo, na madrugada deste sábado (8). Um carro passou em alta velocidade e atirou contra o prédio por volta das 4h.

Foram cinco tiros contra a base do bairro Vila dos Remédios. Eles acertaram uma janela blindada. Nenhum projétil atravessou o vidro e nenhum dos quatros policiais que estavam no local se machucou.

A polícia não conseguiu identificar o carro onde estavam os criminosos. “É um fato isolado dentro do estado [de São Paulo]. Não há nenhuma ação que tenha gerado essa possível conduta dos agressores”, disse Everson de Morais, aspirante e oficial da PM.

A rua onde fica a base policial amanheceu parcialmente fechada neste sábado.

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