Pistola de choque elétrico, granada de gás lacrimogêneo e spray de gás pimenta são cada vez mais utilizados pela PM paulista
Dentro de um cômodo, o homem começa a contagem regressiva, ao fim da qual ameaça acabar com a própria vida. Ao redor da casa, policiais militares da Força Tática tentam convencê-lo a desistir da ideia. Já ferido na barriga pela faca que espeta contra o corpo, e após conversar com familiares, amigos e um pastor evangélico, ele reinicia a contagem. Nesse instante, os policiais da equipe arrombam a porta utilizando uma pistola de choque e o imobilizam.
A cena, que parece tirada de filme policial, aconteceu no dia 28 de abril, em Osasco, na Grande São Paulo. A arma utilizada pela Polícia Militar, uma pistola de choque Taser, é uma das novas ferramentas não letais que complementam o trabalho policial no Estado. De origem norte-americana, a pistola de choque elétrico com mira a laser é capaz de provocar incapacidade neuromuscular por cerca de três segundos, por meio de uma descarga de 50 mil volts. O impacto causa a imobilização da pessoa atingida.
No ano passado, 400 pistolas Taser foram doadas pelo Sistema Único de Segurança Pública (Susp), da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). Distribuídas em todo o Estado, as armas tiveram o processo de incorporação iniciado no mês de setembro. Para o tenente-coronel Wanderley Mascarenhas de Souza, comandante da Escola de Educação Física da PM - que recentemente ministrou curso para 21 sargentos sobre o manuseio de armas não letais -, elas complementam o trabalho dos policiais e se integram aos demais equipamentos utilizados pela polícia. "As armas não letais são vistas como alternativa tática e não substituem a arma letal", afirma.
Controle de multidões
Além da Taser, outras armas não letais fazem parte do cotidiano da PM. Utilizada no controle de distúrbios civis e em situações como aquelas nas quais pessoas suspeitas se abrigam no interior de imóveis abandonados e se recusam a sair, a granada de gás lacrimogêneo é considerada uma arma não letal de longo alcance, pela capacidade de atingir um alvo a 150 metros de distância. O spray de gás pimenta, também usado para controle de multidões, serve para tirar a pessoa de combate quando há reação.
O spray é usado individualmente nos casos em que haja combate do suspeito com o policial. Com tecnologia japonesa, a tonfa, espécie de cassetete, é um auxiliar dos equipamentos de proteção dos policiais. Sua utilização mais comum é na contenção de pessoas que demonstrem agressividade e possam estar armadas com correntes ou pedaços de pau, por exemplo.
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