sábado, 6 de março de 2010

Promotor pede anulação do júri que absolveu acusados de matar bombeiro

Eles admitiram que estavam no local do crime e foram reconhecidos.
Promotor acredita que jurados ficaram com medo de condenar réus.


O Ministério Público de São Paulo pediu nesta sexta-feira (5) a anulação do julgamento que absolveu três acusados de envolvimento no assassinato de um bombeiro, durante a onda de ataques contra forças de segurança do estado, em maio de 2006. Um dia depois da sentença, o Ministério Público ainda protesta. "Eu considero que, hoje, toda a criminalidade está em festa. A organização criminosa das cadeias está festejando essa que eu considero uma verdadeira licença para matar", disse o promotor Marcelo Milani. Eduardo Vasconcelos, Alex Cavalheiro e Giuliana Custódio foram julgados pelo assassinato do bombeiro João Alberto da Costa e pela tentativa de homicídio de dois outros policiais.



Eduardo e Alex foram reconhecidos por uma das vítimas e admitiram que estavam na cena do crime. Mesmo assim, os jurados declararam os réus inocentes, por quatro votos a três.



O promotor levantou uma suspeita. "Eu acho que os jurados podem ter decidido em razão do medo, isso pode ser, porque uma explicação lógica não teria para isso. Logicamente não consigo entender."

A juíza ficou surpresa. "Vou confessar. Fiquei um pouco, mas é normal, já aconteceu outros casos também de a gente achar que a decisão dos jurados vai em um sentido e vai em outro, isso é comum", disse a juíza Eva Dias Jorge.

Para os advogados dos acusados, a explicação é simples. "Não tinha prova nenhuma dentro do processo que pudesse condenar e colocar pessoas inocentes atrás das grades", afirmou Maria Cecília Mussalen.

O Ministério Público entrou com recurso imediatamente depois que a sentença foi lida. O promotor vai pedir ao Tribunal de Justiça de São Paulo que anule o julgamento porque, segundo ele, a decisão dos jurados vai contra as provas apresentadas.

Os três, declarados inocentes, saíram do tribunal prontos para a liberdade. "Respeitamos, é uma decisão legal, foi tomada num júri constituído, mas não fez justiça ao nosso soldado, João, que faleceu naquela época. E a gente espera que isso seja corrigido num nível superior", disse o comandante da Polícia Militar, Edson Camilo.

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