segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Eles são umas pragas!

DO ESTADÃO
Gangue do rodinho'' ataca em Pinheiros

Falsos limpadores de vidro têm assaltado mais nas esquinas da Rebouças e Teodoro Sampaio, zona oeste

Camilla Haddad

Disfarçados de limpadores de vidro, adolescentes se aproveitam do trânsito parado para assaltar motoristas nos semáforos de três cruzamentos da Avenida Rebouças e um da Teodoro Sampaio, em Pinheiros, na zona oeste. Só no mês passado, foram registrados 45 casos nesses endereços, a maioria após as 20h. Em novembro de 2009, foram 38.

No cruzamento considerado mais perigoso pela Polícia Militar (PM), o da Avenida Henrique Schaumann com a Avenida Rebouças, os carros param a mais de 1 metro da faixa de pedestres para evitar abordagens. A PM admite o problema e alerta que a chamada "gangue dos rodinhos" tem atacado pedestre também.

No ano passado, 19 pessoas foram presas acusadas de assalto usando disfarce de limpador de vidro. Na quinta-feira, Anderson Barbosa foi detido em flagrante por assaltar uma mulher. Ao ser algemado, ele tentou morder os policiais e subiu na viatura.

Houve registros de assaltos também nos cruzamentos da Avenida Henrique Schaumann com Rua Teodoro Sampaio e da Avenida Rebouças com Rua Oscar Freire e Avenida Faria Lima - ali, a polícia identificou assaltantes que se vestem de terno e gravata e caminham entre os carros para roubar.

CÚMPLICES ARMADOS

Os motoristas são abordados quando estão distraídos. Foi o que aconteceu com o representante comercial Ricardo Augusto Munis da Ponte, de 29 anos, assaltado na noite de 18 de dezembro quando ia para casa, no Morumbi, zona sul.

Parado no semáforo da Henrique Schaumann com a Rebouças, Ponte falava ao celular quando foi abordado por um adolescente com um rodinho. Acabou deixando o rapaz lavar o vidro, mas foi surpreendido por outro jovem quando pegava uma moeda para entregar ao primeiro. "Esse segundo menino veio de trás do carro e usava uma arma de verdade, era um 38", disse Ponte, que ficou sob a mira do revólver até entregar seu celular.

Dois dias antes, o farmacêutico Rodrigo Prudente, de 30 anos, foi assaltado no mesmo cruzamento. Eram 21h quando um menor surgiu em meio à multidão de lavadores com uma faca em punho. O garoto obrigou Prudente a entregar o relógio, o celular e o dinheiro - R$ 70.

Vítimas também relataram ataques durante o dia. A bancária Leila Silveira, de 28 anos, teve uma surpresa desagradável ao voltar ao estacionamento de uma lanchonete na Henrique Schaumann com a Rebouças: os vidros do carro estavam quebrados, o aparelho de som e os óculos escuros haviam sumido. Testemunhas viram dois meninos correndo com os objetos e rodinhos nas mãos.

Quem para nesse semáforo diz ter medo dos adolescentes. "Eles são agressivos e limpam o vidro sem que a gente queira", afirma o empresário Tiago Soares de Lima, de 35 anos, que costuma parar bem antes do cruzamento. "Mesmo assim, uns correm atrás dos carros."

A estudante Ana Carolina Silveira, de 25 anos, toma a mesma precaução. "Já fui assaltada duas vezes aqui."

COMENTARIO DO BLOG

Este Blog, gostaria de fazer aqui a seguinte reflexão irônica: Será que esta cobertura do Estadão, não esteja querendo incutir em nosso imaginário a narrativa jornalística do medo? É bem, verdade que vivemos numa sociedade cujo sentimento de insegurança tomou conta de tudo e de todos. Mas será que esta noticia somente tem como publico apenas nossa classe média alta que transita pelos bairros de alto padrão? Olha, sinceramente não vejo aqui na periferia, nenhum grupo de adolescente pobre roubando no cruzamento dos semáforos.

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