
Em assembléias realizadas nesta segunda (7/12/2009) em sete regionais, os funcionários do sistema prisional do Estado de São Paulo optaram por suspender a greve que estava marcada para começar no dia 9/12/2009. "É uma decisão da
maioria, e só resta ao sindicato acatar. Mas deixamos claro que a mobilização continua, até que o governo de fato apresente as
respostas para as outras reivindicações que constam na pauta, o que deve acontecer em fevereiro", lembra João Rinaldo Machado, presidente do SIFSUPESP.
Ocorreram assembléias em São Paulo, Mirandópolis, Presidente Venceslau, Baixada, Araraquara,
Sorocaba e Avaré. Nelas, os participantes discutiram muito sobre a contraproposta apresentada pelo governo na sexta-feira passada, na qual garantia a aposentadoria especial para ASP´s e AEVP´s a partir de 2010, e prometia ainda responder em fevereiro às outras reivindicações feitas na nossa pauta da campanha salarial 2009. "Não é o ideal, não é o que nós queremos. Mas a gente sabe que dificilmente vai conseguir reajuste salarial agora no final do ano. Por isso, voto por suspender a greve e esperar fevereiro. Se o governo não cumprir o prometido em fevereiro e não atender as reivindicações que fizemos, aí sim, a gente faz uma greve geral", opinou um dos participantes da assembléia de São Paulo.
Os participantes das assembléias que defenderam a manutenção da greve no dia 9 foram minoria. Um dos defensores da manutenção da greve argumentou: "o governo teve 11 meses para avaliar, estudar e atender às reivindicações, e se não fez agora, quem irá garantir que cumprirá a promessa em fevereiro do próximo ano?".
"O que pudemos avaliar nesses debates é que a categoria realmente não queria fazer greve, e sim que o governo desse uma resposta às reivindicações. Como o governo chamou o sindicato para conversar na sexta-feira e acenou para o atendimento dos pleitos em fevereiro, a categoria repensou e achou melhor suspender o movimento grevista agora, embora mantendo a mobilização
e ficando todos atentos ao cumprimento do compromisso por parte do governo no prazo, ou seja, em fevereiro", avaliou João Rinaldo Machado.
Para o presidente sindical, a aposentadoria especial prometida para 2010 pesou muito na avaliação dos trabalhadores do sistema. "Particularmente, creio que o governo deveria ao menos ter nos
oferecido um documento em que se comprometia a atender a todas as nossas reivindicações em fevereiro. Seria uma garantia para todos nós, trabalhadores do sistema prisional". Gilberto Machado, diretor do sindicato, considerou que "a categoria parecia ansiosa por ter uma
resposta do governo, qualquer que fosse, e essa resposta foi dada. O governo realimentou as esperanças, e os funcionários do sistema prisional resolveram dar mais um prazo para o governo cumprir sua promessa. Mas o sindicato continua o seu trabalho de mobilização, e o governo esteja
certo de que, caso descumpra o prometido, vamos entrar em greve em fevereiro".
O secretário-geral do sindicato, João Alfredo Oliveira, alertou aos participantes das assembléias sobre a necessidade da categoria manter-se em alerta e mobilizada. "Vamos respeitar a decisão da
maioria e vamos suspender a greve que começaria no dia 9 de dezembro. Só que isso não significa que iremos nos desmobilizar, ou que iremos deixar de cobrar do governo os nossos direitos. O sindicato vai continuar indo nas unidades e amadurecendo a idéia de uma paralisação geral em fevereiro, caso o governo não cumpra o novo prazo determinado". Resultados das assembléias Das sete assembléias realizadas nesta segunda, apenas uma - a da região de Presidente Venceslau - votou pela permanência da greve no dia 9 de dezembro. "Todas as outras assembléias regionais optaram pelo adiamento da greve. Em Presidente Venceslau a permanência da greve no dia 9 foi
aprovada por dois votos de diferença. Ficou explícita a vontade da categoria", analisa João
Rinaldo Machado. Greve foi considerada ilegal Minutos antes de começar a assembléia de São Paulo, uma oficial de Justiça esteve na sede do SIFUSPESP notificando o presidente do Sindicato sobre uma liminar obtida pela Procuradoria Geral do Estado na Justiça do Trabalho, na qual decretava a greve do dia 9 ilegal.
O teor do pedido da Procuradoria pela ilegalidade da greve foi todo retirado do site do SINDICOP, entidade que diz representar servidores do sistema prisional. A Procuradoria simplesmente copiou os argumentos dessa entidade CONTRÁRIA ao movimento grevista, fato que revoltou a todos os funcionários do sistema que participavam da assembléia em São Paulo. "É um absurdo, o fim do mundo. Como é que um sindicato se presta a um trabalho sujo desses, de
desmobilizar a categoria no meio de uma luta? O sindicato que diz representar os servidores prisionais paulistas faz um documento contra a greve e ainda embasa o governo para decretar a greve ilegal. Esse sindicato é sindicato mesmo ou é cargo comissionado do governo", disse, indignado, um dos participantes da assembléia. Caso a greve fosse executada, como estava planejado, o SIFUSPESP teria de pagar R$ 300 mil por dia de multa.
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