Anastasia defende modelo de PPP para presídios
Segundo o governador mineiro,
parcerias-público privadas podem reduzir o déficit de vagas e melhorar a
ressocialização dos detentos, com o estímulo ao trabalho
247 - Na cidade mineira de Ribeirão das Neves, acaba de
ser inaugurado o primeiro presídio brasileiro construído sob o regime de
parceria público-privada. Segundo o governador de Minas Gerais, Antonio
Anastasia, o modelo reduz o déficit de vagas e contribui para a
ressocialização dos detentos, com o estímulo ao trabalho. Leia abaixo:
Um modelo inovador de gestão prisional
Antonio Anastasia
FOLHA DE SP - 20/01
O primeiro presídio do Brasil construído por meio
de parceria público-privada se baseia no modelo inglês, que valoriza o
trabalho do detento
O ano de 2013 começa com uma auspiciosa e inédita notícia:
inauguramos, em janeiro, em Minas Gerais, a primeira das cinco unidades
do primeiro complexo penitenciário construído no Brasil por meio de
parceria público-privada (PPP).
Não se trata apenas de abrir mais vagas, mas de colocar em
funcionamento uma penitenciária-modelo, concebida por meio de um
arranjo institucional altamente inovador. São palavras-chaves nessa
legislação: trabalho e escola, ressocialização e humanização. E todas
têm de ser parte do cotidiano dos presídios.
Ao custo de R$ 230 milhões, desembolsados exclusivamente
pelo parceiro privado, erguemos em Ribeirão das Neves, na Região
Metropolitana de Belo Horizonte, um complexo que irá abrigar, ao longo
de 2013, com as cinco unidades completas, 3.040 detentos, em regime
fechado e semiaberto. A iniciativa coroa a política que implantamos no
Estado: as vagas no sistema prisional saltaram de 5.656 para 28.603,
entre 2003 e 2012, um aumento de mais de 406%.
Temos feito um esforço ciclópico para humanizar todas as
cadeias, não apenas as novas. De 2010 para cá, houve um crescimento de
52,5% do número detentos trabalhando. Com esse desempenho, Minas é o
Estado que, proporcionalmente à população carcerária, possui mais
detentos trabalhando no país. O número de presos estudando também
cresceu 9,16% no último ano.
Licitada em 2010, a PPP prisional em Minas inspirou-se no
modelo inglês, que põe em relevo a oportunidade de trabalho para os
presos, mas não permite que o parceiro privado lucre com ele.
Nossa PPP foi estruturada da seguinte forma: o consórcio
que venceu a licitação arca com a arquitetura, a construção e a operação
da penitenciária e o Estado só começa a pagar um valor per capita a
partir do ingresso do detento.
Para garantir a qualidade da infraestrutura e dos serviços
pactuados, esse valor só é desembolsado integralmente se o gestor
privado cumprir as metas estabelecidas em um conjunto de 380 indicadores
de desempenho, entre os quais o número de presos trabalhando e
estudando.
São avaliadas também as assistências médica, odontológica,
psicológica, social e jurídica que devem ser oferecidas, com qualidade,
aos presidiários. O parceiro privado responde ainda pelos investimentos
em tecnologia de ponta para monitoramento de presos.
Caberá ao governo do Estado manter seu papel de fazer
cumprir as penas, em conjunto com as demais instâncias do Judiciário.
Permanece ainda com a esfera pública a responsabilidade pelo transporte
dos sentenciados, a segurança externa e das muralhas e a imediata
intervenção no complexo em situação de crise ou confronto.
A PPP prisional consolida duas tendências importantes do
governo de Minas Gerais. A primeira é a busca pela modernização da
gestão pública, sem sucumbir às armadilhas ideológicas ou às falsas
dicotomias. O que se buscou foi a maneira mais eficiente de usar os
recursos públicos e de alcançar os melhores resultados para os cidadãos.
Assim, o projeto inaugurou uma moderna forma para implantação, operação
e manutenção da infraestrutura prisional.
Em segundo lugar, a concretização da PPP prisional é parte
da construção de um efetivo sistema de defesa social. Desde 2003, R$
40,5 bilhões foram investidos em infraestrutura, equipamentos e recursos
humanos. O que buscamos é uma política de segurança ancorada nas
dimensões humana, estrutural e administrativa, pelo bem-estar da
sociedade.
ResponderExcluirMINAS GERAIS TÁ RASGANDO A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA, O PRESO TEM QUE SER CUSTODIADO PELO ESTADO BRASILEIRO E NÃO POR QUALQUER OUTRO TIPO DE AVENTUREIRO( EMPRESÁRIO QUE SOMENTE PENSA NO DINHEIRO ). ESPERO QUE ALGUÉM LEIA A LEI DE EXECUÇÃO PENAL DESSE PAIS - CHAMADO BRASIL.
É de se lembrar, ainda, que vários presídios americanos são privatizados, ou seja, o encarcerado é a clientela desse tipo de empresário... Nessa vertente, percebe-se o por que cada vez mais americanos estão presos e sem reabilitação... É o comércio das penas de detenção norte americana!
ResponderExcluirAcho que as penas alternativas serão eficientes, se associadas com uma política pública eficaz...